Sem Joaquim Barbosa, PSB pode apoiar Alckmin e Ciro na corrida presidencial

Após a desistência do ex-ministro do STF(Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa de concorrer à Presidência da República, o PSB corre o risco de apoiar mais de um candidato ao Palácio do Planalto. O cenário inclui Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT).

Por enquanto, a sigla foca os esforços nas alianças regionais. “A hora é de ouvir nossos candidatos a governadores, dirigentes e movimentos organizados do partido. Não precisamos ter pressa agora que não temos mais candidato próprio. Aguardar este cenário de incertezas se encaminhar um pouco é fundamental. PSB tem que priorizar a eleição de deputados, senadores e governadores”, afirmou Beto Albuquerque, vice-presidente da legenda, ao HuffPost Brasil.

Parte dos socialistas defende aguardar o fim da pulverização de pré-candidatos para uma definição. Hoje, há pelo menos 18 na lista, mas a tendência é que nomes como Michel Temer (MDB) e Rodrigo Maia (DEM), por exemplo, deixem a disputa.

Desde a decisão do ex-ministro conhecido pela relatoria dos processos do Mensalão no STF, o PSB ainda não reuniu a executiva para tratar dos próximos passos. A expectativa é de uma reunião em Brasília na próxima semana, mas o encontro ainda não foi confirmado.

Barbosa anunciou, no último dia 8, que não entraria na corrida eleitoral por questões pessoais. O partido acreditava no peso do outsider para unificar direita e esquerda e conquistar os eleitores. De acordo com pesquisa Datafolha publicada em abril, o jurista tinha entre 9% e 10% das intenções de voto, o que garantia a posição entre os 4 primeiros colocados.

PSB pode apoiar Alckmin e Ciro

Sem um nome para substituir Barbosa e lançar uma candidatura própria e sem um consenso em torno de um candidato de outro partido, o PSB pode optar por apoiar diversos presidenciáveis, a depender das alianças locais.

“Pelas circunstâncias de tempo pode se encaminhar para alianças diferentes em cada estado”, afirmou ao HuffPost Brasil o líder do PSB na Câmara, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), um dos principais entusiastas da candidatura do ex-ministro do STF.

Em São Paulo, Alckmin conta com o suporte de Márcio França, pré-candidato socialista ao Palácio dos Bandeirantes e vice do tucano na campanha de 2014. No Ceará, por sua vez, a pressão é por apoio a Ciro.

Um apoio ao ex-ministro também é articulado em outros estados do Nordeste, em troca da desistência de candidaturas do PDT a governos locais. Na Paraíba, o governador Ricardo Coutinho (PSB) quer o apoio de sua vice, Lígia Feliciano (PDT) para seu sucessor, João Azevedo (PSB). A pedetista ensaia uma candidatura própria.

A composição com Ciro é defendida pelos governadores socialistas Paulo Câmara (Pernambuco) e Rodrigo Rollemberg (Distrito Federal). Ambos tentam a reeleição. A aliança também tem a aprovação do ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda, candidato do PSB ao Palácio da Liberdade.

Histórico

Com um viés de esquerda, o PSB só lançou candidatos ao Palácio do Planalto duas vezes após a redemocratização. Parte da legenda lamenta a dificuldade de ter um nome próprio para 2018. “O ideal seria mostrar um projeto nacional”, afirmou Delgado.

Em 2002, os socialistas lançaram na disputa presidencial o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho. Nas últimas eleições, foi a vez do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. Morto em acidente aéreo em 13 de agosto de 2014, ele foi substituído por sua vice, Marina Silva, que acabou em 3º lugar, com mais de 22 milhões de votos.

De 1989 a 1998,o PSB apoiou as campanhas derrotadas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência. Em 2006, o petista contou com o apoio dos socialistas na sua reeleição. Nas eleições presidenciais seguintes, o PSB uniu-se à campanha de Dilma Rousseff, com quem rompeu em 2013.

No 2º mandato da petista, a sigla apoiou o impeachment e chegou a ser parte da base do governo de Michel Temer, no início do comando do emedebista. Hoje, o partido conta com 26 deputados, 4 senadores e 5 governadores.

No último congresso do PSB, em março, ficou definida como prioridade a eleição de dez governadores. O partido contabiliza hoje com 11 pré-candidatos para o comando dos governos estaduais.

CARIRI EM AÇÃO

Com HuffPost Brasil/Foto: Reprodução Internet

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