Fifa faz consulta silenciosa do VAR para não matar futebol com discussão

No jogo entre Brasil e Suíça, o gol de empate dos europeus foi validado pelo árbitro mexicano César Ramos apesar do braço do suíço Zuber nas costas de Miranda. Pareceu que a decisão de validar o gol tinha sido inteiramente do juiz, mas no dia seguinte, a Fifa anunciou que houve uma “consulta silenciosa” ao árbitro de vídeo para verificar a infração – que não foi confirmada.

Esse método de ação é uma orientação da entidade máxima do futebol para a Copa do Mundo da Rússia. O objetivo é dar fluidez ao jogo e só pará-lo com lances claros de erros. Do contrário, dirigentes entendem que se mataria o futebol com discussões eternas sobre lances interpretativos até no vídeo.

Desde o início, a orientação era para que o VAR fosse utilizado como interferência apenas em casos de erro crasso, fosse de cartões, de impedimento, de gol ou de pênaltis. Cartolas da Fifa reconhecem, no entanto, que há um grau de subjetividade na decisão sobre quais são os lances claros.

Dito isso, foi montado o aparato com 33 câmeras, que podem ser acrescidas de outras duas em certos jogos. Essas imagens são enviadas do feed de transmissão para os auxiliares de arbitragem que estão todos em uma instalação em Moscou ao lado do IBC (International Broadcast Centre). Ou seja, é um sistema centralizado.

Quando há qualquer lance que poderia necessitar do VAR, o árbitro de vídeo verifica o lance e informa imediatamente para o árbitro de campo se é um possível pênalti claro, por exemplo. Caso não veja um lance claro, ele informa: “play on” (continue que não foi nada). Foi o caso dos dois lances do time brasileiro.

É uma sugestão. No final, cabe ao árbitro de campo segui-la ou voltar para consultar o lance na tela. Na visão da Fifa, isso foi bem treinado para que não existam muitas paradas no jogo, só em casos extremos. Os árbitros de vídeo analisam inclusive imagens em câmera lenta para determinar locais de uma falta, mas não para avaliar um impacto. Para a Fifa, a câmera lenta distorce a percepção do choque.

O torcedor poderá se questionar: por que não se pode ver todas as jogadas e discuti-las? Executivos da Fifa entendem que isso mataria o futebol. Se a entidade abrisse para consulta do VAR a cada lance polêmico, poderiam ser várias paradas e discussões subjetivas em torno de uma tela. Nunca foi essa a ideia.

Até o momento, quase encerrada a primeira rodada, o departamento de arbitragem da Fifa avalia que o sistema está funcionando bem. Não houve nenhum erro crasso em partidas, e quando ocorreram falhas claras, elas foram corrigidas pelo vídeo. São os casos do pênalti para a Suécia e para a França, marcados posteriormente, e com correção.

O sistema foi testado anteriormente, mas a Fifa só vai considerar a ajuda eletrônica bem sucedida se chegar ao final da Copa do Mundo sem uma falha clara, considerada por todos. A entidade sabe que o árbitro de vídeo continua a ser operado por um humano e, portanto, tem subjetividade na decisão. Ou seja, continuará a haver discussão. A questão é eliminar o erro inquestionável.

CARIRI EM AÇÃO

Com Uol/Foto: Reprodução Internet

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