Operação Cartola: Ministério Público denuncia 17 acusados de fraudar resultados de jogos na Paraíba

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) protocolou nesta terça-feira (20) ação contra 17 suspeitos de fraudar resultados de partidas no futebol paraibano. A ação foi protocolada na 4ª Vara Criminal da Comarca de João Pessoa. No documento, o órgão pede a condenação dos acusados com base, principalmente, em crimes previstos no Código do Processo Penal e no Estatuto do Torcedor. Para explicar com maior detalhe o funcionamento da “organização criminosa” (Orcrim) descrita no processo, o órgão dividiu, na denúncia, o grupo em três. Cada um, com sua especificidade, teria trabalhando para o sucesso da empreitada, de acordo com a apuração. As alas de atuação foram divididas de forma a existirem os núcleos dos gestores/líderes, supervisores e logística.

A denúncia do Ministério Público alega que os membros atuavam com “corporificadas pela utilização de documentos falsos, intimidação de testemunhas, ocultação e destruição de provas, entre outros, cujos resultados geravam elevados desvios econômicos e prejuízos, não apenas no campo financeiro, mas, notadamente, na esfera moral da sociedade. Esta, ludibriada pelo organismo delinquencial, era vítima direta do referido esquema criminoso”. “Nesse passo, foi detectado que ao menos há 10 (dez) anos, as práticas se reiteravam no âmbito do futebol da Paraíba, sem que os órgãos responsáveis por ele tomassem qualquer medida cabível no caso em concreto”, diz a denúncia.

Veja a composição de cada núcleo:

❖ núcleo dos gestores/líderes:
1. Amadeu Rodrigues da Silva Junior, presidente da FPF
2. Breno Morais Almeida, vice-presidente do clube Botafogo
3. Lionaldo dos Santos Silva, presidente do STJD
4. Marinaldo Roberto de Barros, procurador do STJD
5. Jose Renato Albuquerque Soares, membro da Comissão Estadual de Árbitros de Futebol
6. Severino Jose de Lemos, membro da Comissão de Arbitragem
7. Genildo Januario da Silva, vice-presidente do Sindicato dos Árbitros

❖ núcleo dos supervisores:
8. Adeilson Carmo Sales de Souza, atuou na Comissão de Arbitragem
9. Antonio Carlos da Rocha, árbitro
10. Antonio Umbelino de Santana, árbitro
11. Eder Caxias Meneses, árbitro
12. Francisco de Assis da Costa Santiago, árbitro
13. João Bosco Sátiro da Nobrega, árbitro
14. Jose Maria de Lucena Netto, árbitro
15. Tarcisio Jose de Souza, árbitro
16. Josiel Ferreira da Silva, árbitro

❖ núcleo da logística:
17. Jose Araujo da Penha, funcionário da FPF

Depois do escândalo gerado pela Operação Cartola, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) chegou a nomear um interventor para a FPF. O atual presidente, Amadeu Rodrigues, chegou a ser afastado do cargo, mas ele retornou ao cargo há poucos dias. O comando da organização criminosa, de acordo com o Ministério Público, não ficava a cargo apenas de Amadeu. “Ocorre que durante as perquirições e demais diligências, descortinou-se um arcabouço criminoso sobre o qual havia o controle e manipulação de jogos e seus respectivos resultados, por parte de dirigentes da FPF, árbitros de futebol, integrantes da Comissão de Arbitragem da
FPF – CEAF, além da participação da presidência e Procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol da Paraíba — TJDF”, diz o processo.

As condutas do suspeitos foram divididas em três:

❖ Condutas-Fim
✓ Manipulação de resultados;
✓ Fraude no sorteio da arbitragem;
✓ Favorecimento / proteção em decisões da Justiça Desportiva.
❖ Condutas — Meio
✓ ‘tráfico de influência;
✓ Falsidade ideológica;
✓ Coação no curso do processo;
✓ Intimidação / represálias.
❖ Condutas Operacionais
✓ Proteção institucional;
✓ Poder de informação;
✓ Poder midiático;
✓ Poder politico / institucional.

De acordo com as investigações, os árbitros atuavam de maneira a facilitar os resultados almejados pela organização criminosa. Para tanto, se utilizavam de impedimentos, pênaltis, faltas, escanteios, acréscimos, entre tantas outras normas do esporte, para que, na medida do possível, pudessem favorecer as escusas predileções do grupo criminoso ora denunciado. Na ação, o Ministério Público pede que os suspeitos sejam s denunciados, após o recebimento da presente denúncia, citados para se verem processados em juízo e, ao final, uma vez comprovada sua culpabilidade, condenados às penas da lei.

CARIRI EM AÇÃO

Com Jornal da Paraíba/Foto: Reprodução Internet

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