Amamentação: com seis bancos de leite, Paraíba tem baixas taxas de aleitamento materno

É celebrado nesta quarta-feira (1º) o Dia Mundial da Amamentação, que procura conscientizar a população sobre a importância do leite materno para as crianças de até dois anos.  Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), as crianças devem ser alimentadas exclusivamente com leite materno até os seis meses de idade; o órgão recomenda ainda que elas continuem recebendo leite materno até os dois anos de idade ou mais, em conjunto com outros alimentos.

O número de mães que seguem essas recomendações, entretanto, ainda é pequeno. Conforme levantamento realizado pelo Ministério da Saúde em cinco cidades da Paraíba, João Pessoa é o município do Estado com a maior prevalência de crianças de até 6 meses em amamentação exclusiva, mas com uma taxa de apenas 39,1%. Na cidade de Pedras de Fogo, a quantidade é ainda menor: 20,1% das crianças pesquisadas com menos de 6 meses estavam em amamentação exclusiva.

Os resultados vão ao encontro de outra pesquisa, realizada pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e pelo Instituto de Saúde de São Paulo. Com uma amostra de 5.744 crianças de até seis anos de idade em 70 cidades paraibanas, os pesquisadores chegaram ao alarmante número de somente 16,6% das crianças em aleitamento materno exclusivo.

De acordo com a pediatra Kátia Laureano, o leite contém todas as proteínas, vitaminas e outros nutrientes essenciais ao desenvolvimento infantil. “O leite materno traz para a criança um estado imunitário que nenhum outro leite ou alimento pode proporcionar”, explica. Segundo  a médica, crianças cuja alimentação consiste exclusivamente de leite materno até os seis meses estão menos propensas a doenças, alergias e exibem melhor desenvolvimento psicomotor. “Sem contar a importante ligação que é criada entre mãe e filho no momento da amamentação”, diz.

Conforme Laureano, a partir dos seis meses os pais podem gradativamente combinar o aleitamento com outros alimentos, como frutas, legumes e verduras. “Isso não significa desmame”, reforça. “A amamentação deve continuar pelo menos até os dois anos de idade, e até além disso, se quiserem”, aconselha.

Bancos de leite

Kátia Laureano ressalta que muitas mães, entretanto, têm dificuldades em amamentar – seja por baixa produção ou secreção de leite, problema conhecido como hipogalactia; seja por questões físicas, como mamilos invertidos; pela pega inadequada do bebê; por questões psicológicas, dentre outras razões.

Uma alternativa para mães que não conseguem produzir leite são os Bancos de Leite Humano, que são mantidos pelo Ministério da Saúde em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz. Na Paraíba, o centro de referência é o Banco de Leite Humano Anita Cabral. O posto foi fundado em 1987 e está localizado na Maternidade Frei Damião, em Cruz das Armas, João Pessoa. Outros onze postos de coleta são vinculados ao banco Anita Cabral. Veja a lista:

  • PCLH Irmã Cacilda – Hospital Maternidade Gov. Flávio Ribeiro Coutinho;
  • PCLH – Hospital Universitário Lauro Wanderley;
  • Posto de Coleta de Leite Humano do Hospital Regional de Itabaiana;
  • Posto de Coleta do Hospital CLIM;
  • Posto de Coleta de Leite Humano Hospital da Unimed;
  • PCLH Maternidade Frei Damião;
  • PCLH – Instituto Hospitalar General Edson Ramalho;
  • PCLH – Texpar Têxtil da Paraíba S/A – DEMILLUS;
  • Posto de Coleta Sinha Carneiro, na cidade de Santa Luzia;
  • PCLH – Hospital de Guarnição de João Pessoa;
  • Posto de Coleta de Leite Humano no Hospital Regional de Guarabira.

Para além do banco Anita Cabral, existem outros cinco bancos espalhados pelo Estado. Ainda em João Pessoa, o Banco de Leite Humano Drª Zilda Arns está localizado  na Maternidade Cândida Vargas e conta com um posto de coleta no próprio instituto.

Banco de Leite Humano Josefa Garcia Rolim, por sua vez, funciona no Hospital Regional de Cajazeiras e conta com dois postos de coleta:

  • PCLH – Noemi de Holanda Mariz, em Sousa;
  • Posto de Coleta de Leite Humano Felipe Jesus Saraiva de Sousa, em Bonito de Santa Fé.

Banco de Leite Humano Dra. Vilani Kehrle está instalado na Maternidade Dr. Peregrino Filho, em Patos, e conta com quatro postos de coleta.

  • Posto de Coleta da Maternidade Peregrino Filho;
  • Posto de Coleta Berenice Alencar de Sousa, em Pombal;
  • Posto de Coleta Sinhá Carneiro, em Santa Luzia;
  • Posto de Coleta Lautita Vilar/HGT, em Taperoá.

Em Campina Grande, a população tem à disposição o Banco de Leite Humano Dr. Virgílio Brasileiro, localizado no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea). São dois os postos de coleta:

  • Posto de Coleta Hospital Clipsi-Geminiano Crispim de Farias;
  • PCLH – ISEA.

Por fim, o município de Guarabira dispõe do Banco de Leite Humano Merijane Claudino da Silva, instalado no Complexo de Saúde do município. Veja onde é possível doar para o banco:

  • PCLH do Hospital Distrital Dr. Francisco Assis de Freitas;
  • Posto de Coleta do Hospital Regional de Guarabira.

Como coletar

Segundo as recomendações do Ministério da Saúde, a mãe que deseja doar o leite deve fazê-lo utilizando um frasco de vidro com tampa de plástico (como de maioneses ou café solúvel, mas sem os rótulos) fervido em água por pelo menos 15 minutos. Deve-se evitar o contato com o interior do frasco.

Durante a coleta, a mulher deve cobrir os cabelos, o nariz e a boca; higienizar mãos e braços e lavar as mamas apenas com água. A doadora deve anotar na tampa a data e a hora em que realizou a coleta e levar o leite ao refrigerador ou congelador imediatamente. O leite pode ficar armazenado por um máximo de dez dias antes de ser transportado ao Banco de Leite. Mais informações podem ser obtidas no portal do Ministério da Saúde dedicado ao assunto.

CARIRI EM AÇÃO

Com Jornal da Paraíba/Foto: Reprodução Internet

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