Medir o tamanho do cérebro de bebês é uma forma precisa de saber se eles vão desenvolver autismo ou não, sugere estudo da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
Os cientistas perceberam que as medidas da circunferência da cabeça e o volume longitudinal do cérebro de crianças que recebem o diagnóstico de autismo aos dois anos de idade são, já no primeiro ano de vida, maiores do que as de crianças que não desenvolvem o distúrbio. O estudo foi publicado nesta quarta-feira (15) na revista Nature.
Cerca de 1% da população mundial, ou um em cada 68 indivíduos, apresenta algum transtorno do espectro do autismo.
Heather Hazlett e seus colegas conduziram a pesquisa com 106 crianças que tinham um irmão mais velho com diagnóstico de autismo, o que as torna com alto risco de desenvolver a doença. Também avaliaram as imagens cerebrais de outras 42 crianças com baixo risco, ou seja, sem histórico imediato de autismo na família.
Ao analisarem imagens realizadas entre 6 e 24 meses de idade, os autores encontraram uma taxa de crescimento aumentado do cérebro nas crianças de alto risco que depois foram diagnosticadas com autismo em comparação às crianças com baixo risco e as de alto risco que não foram diagnosticadas com autismo.
Eles também descobriram que essas mudanças no volume cerebral estão associadas a déficits sociais que começam no segundo ano. Os autores usaram um algoritmo que consegue prever com boa precisão quais bebês no grupo de alto risco serão diagnosticados com autismo aos 2 anos.
Mais estudos são necessários para uso clínico
Para que o método possa ser usado por médicos no dia a dia, os cientistas sugerem que sejam feitas mais pesquisas com maior número de crianças.
O volume aumentado do cérebro já havia sido observado em crianças com autismo, mas o desenvolvimento dessas mudanças e outras relações com sintomas comportamentais ainda não estão claros. Os pesquisadores ressaltam que ainda não foi possível saber se as mudanças no cérebro são específicas do autismo ou se podem se sobrepor a outros distúrbios do desenvolvimento neurológico.
Nos últimos anos, a pesquisa sobre o autismo tem atraído interesse dos cientistas. Em 2014, um estudo publicado na revista Neuron por pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Columbia revelou que os autistas têm mais sinapses (conexões entre neurônios) do que de crianças não autistas, o que poderia talvez explicar a sensibilidade aumentada para o toque e audição.
Em 2015, graças a exames de imagem, cientistas da Universidade de Warwick, no Reino Unido, identificaram diferenças no cérebro de autistas associadas às áreas responsáveis pela capacidade de entender as emoções de outras pessoas e ter empatia.
CARIRI EM AÇÃO
Com Uol/Foto: Google
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