Especialistas paraibanos mostram como lidar com a ‘ansiedade e depressão’ nos tempos atuais

“Não tem nada de bonito em sentir as coisas que você sente quando tem, por exemplo, uma crise de ansiedade. O psicológico se transforma em dor física, até respirar fica difícil”, é assim que Anne Fernandes, de 22 anos, descreve como é sofrer de transtorno de ansiedade. A estudante de Pedagogia também sofre de depressão e relata ter que enfrentar desafios diários para conviver com as doenças. Mas Anne não é a única que sofre com o problema que, a cada dia, está mais comum no País e no mundo. Segundo relatório divulgado no último dia 23 de fevereiro pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem uma taxa média de casos de depressão e ansiedade bem maior que a mundial, além de liderar a lista entre os países da América Latina. Especialistas comentam formas de como se combater esse males do cotidiano.

A taxa de transtorno de ansiedade no País chegou a 9,3%, bem acima da média mundial, com 18.657.943 brasileiro que sofrem com a doença. Em todo o mundo estima-se que 251 milhões de pessoas tenham o transtorno, com uma taxa média de 3,6%. Em comparação a 2005 e 2015, ocorreu um aumento de 14,9% em todo o mundo.

Para Anne, até manter uma amizade é mais difícil. “Manter contato com as pessoas exige um esforço maior de você. Às vezes, quando está no seu dia bom, você até pensa que tudo vai ficar bem, até a sua próxima crise chegar e estragar tudo que você tentou colocar no lugar”.

É difícil acreditar em uma doença que não se pode ver, nem todo mundo entende ou ajuda, tendo como consequência o afastamento das pessoas, amigos e colegas. “Existe uma constante necessidade de afastar as pessoas e de sempre achar que nada está suficiente. Chega uma hora que você prefere afastar as pessoas e nem se aproximar mais de ninguém, porque parece mais fácil”.

A estudante acorda todos os dias sem saber se será um dia bom ou um não tão bom (como gosta de chamar). “É difícil destruir e reconstruir sua força diariamente, é cansativo sentir tanta confusão”. Na opinião de Anne, não dá para viver normalmente com a doença, mas o que importa para ela é que dá para continuar vivendo. A ajuda de pessoas próximas e familiares que entenderam a sua condição foi essencial para melhorar e tornar o seu dia mais colorido. “É muito importante ter pessoas que estejam dispostas a ajudar e entendam que é uma doença. A melhora é lenta, mas ela existe.”

O médico psiquiatra Estácio Amaro explica que a ansiedade é o medo excessivo e irracional, que torna-se patológico a partir do momento que causa prejuízos no funcionamento social, acadêmico ou laboral. Palpitação ou ritmo cardíaco acelerado, tremor, abalos, falta de ar, náuseas, tontura, calafrios ou ondas de calor, além de uma preocupação excessiva são alguns dos sintomas de quem sofre com a doença que é mais comum na vida adulta. Existem sete tipos de transtornos de ansiedade: transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de pânico, transtornos de ansiedade social, fobias específicas, transtorno obsessivo- compulsivo.

A psicóloga Natália Tavares explica que a ansiedade é uma condição com causas ambientais, genéticas e fisiológicas. “A ansiedade patológica compromete o bem-estar e o desempenho do indivíduo, dificultando a preparação para situações que o ameacem no cotidiano. O isolamento social, dificuldade de aprendizagem, dificuldade de se expor em público são outras consequências que é necessário acrescentar”, disse.
CARIRI EM AÇÃO

Coma PB Agora /Foto: Cariri em Ação

Leia mais notícias em caririemacao.com, siga nossa página no Facebook e Instagram veja nossas matérias e fotos. Você também pode enviar informações à Redação do Portal Cariri em Ação pelo WhatsApp (83) 9 9634.5791, (83) 9 9601-1162 ou (83) 9 994189.