Ricardo culpa imprensa e diz que desconhece crise hídrica

O deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB) reproduziu na tribuna da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), nesta quinta-feira (30), áudio do governador Ricardo Coutinho (PSB), dizendo que não existe crise hídrica no Cariri e que o açude de Sumé, que tem capacidade de 44 milhões de metros cúbicos, já acumulou 600 milhões de metros cúbicos com uma “chuvarada”, ou seja, mais de 13 vezes que a sua capacidade.

 “Esse áudio é do governador, dando um banho de desconhecimento sobre a crise hídrica na região do Cariri e ainda culpando a imprensa por espalhar que a água não chega nas torneiras do povo. O problema é que a população sente na pele e tem que sobreviver com a escassez de água. Coisa que o senhor governador não sabe e não entende por nunca ter passado e não ter sensibilidade para perceber”, disse.
Tovar disse que ficou envergonhado ao ouvir o governador afirmando que o açude de Sumé acumulou em uma “chuvarada” a quantidade de água superior ao açude de Coremas. Informou ainda ao gestor estadual que o corpo de água acumulou aproximadamente 2 milhões de metros cúbicos e que esses dados podem ser encontrados no site da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa).
Segundo o deputado, Ricardo Coutinho ataca a imprensa para tirar o foco da sua inoperância, da sua incapacidade de preparar a Paraíba para receber as águas do Rio São Francisco. “O Governo do Estado não fez as passagens molhadas, para evitar que algumas comunidades ficassem ilhadas; não fez os esgotamentos das cidades que margeiam os rios receptores, não adequou os mananciais receptores de Poções e Zé Tourinho e não concluiu a adutora que levaria água de Camalaú para os municípios de São João do Tigre, São Sebastião do Umbuzeiro e Zabelê’, relatou.
O parlamentar lembrou que as águas do São Francisco chegaram à Paraíba desde o dia 10 de março, e o Governo não teve sequer a sensibilidade de retomar o abastecimento de Monteiro através do Açude Poções, que já atingiu sua cota há dias. “O povo de Monteiro se contentou durante esses vinte e poucos dias em ver as aguas do São Francisco passarem na ponte, na entrada da cidade, sem ter o direito de utilizá-la”, afirmou.

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