Segundo Maggi, a decisão dos EUA se baseia em questões relacionadas ao preparo e à limpeza da carne, mas também pode ter sido provocada por pressão dos produtores daquele país.
O ministro falou que pretende antecipar para semana que vem uma reunião com o Departamento de Agricultura americano, que estava marcada para o dia 13 de julho, a fim de tentar resolver o impasse e minimizar os prejuízos financeiros. Segundo o Ministério da Agricultura, ainda não há definição sobre a antecipação da viagem.
“Os Estados Unidos são guias para muitos países, especialmente os pequenos da América Central. O Brasil pode perder muito se essa situação não conseguir ser resolvida rapidamente”, disse Maggi.
Atualmente, há uma carga estimada entre 10 e 15 mil toneladas de carne em trânsito para os Estados Unidos, por meio de navios, que poderá ser barrada. Isso provocaria prejuízo estimado de US$ 90 milhões. “Se não resolvermos a situação, essa carne deverá voltar”, disse o ministro.
Desconfiança
O ministro afirmou ainda que a suspensão da exportação pode ter sido provocada por pressão dos produtores dos Estados Unidos, a fim de não perderem mercado, e como reflexos da operação Carne Fraca, da Polícia Federal, e da presença da JBS em solo americano.
“Estamos sendo penalizados pela desconfiança gerada no Brasil. Se não há confiança aqui, imagine para os importadores?” Blairo Maggi
Maggi disse que foi pego de surpresa pela decisão do governo americano, já que o Brasil havia vetado a venda da carne in natura em cinco frigoríficos que estavam apresentando problemas, mas ponderou que esse tipo de suspensão temporária é pontual e “normal” dentro do sistema de comércio internacional de alimentos, “especialmente de origem animal”.
Abcessos na carne
De acordo com Maggi, a decisão dos EUA se baseia no aparecimento de abcessos na carne, que são formações inflamatórias. “Isso é proveniente da vacinação contra a febre aftosa no Brasil, cuja aplicação pode provocar isso se não for feita no local correto. O problema vai ser resolvido nos frigoríficos, com a limpeza das carnes antes da exportação.”
O Ministério da Agricultura deverá apurar se o aparecimento dos abcessos ocorre pela má utilização da vacina contra a febre aftosa e ou se foi provocado pelo veículo usado para levar a vacina ao animal. A pasta estava trabalhando, havia cerca de um mês, em como deve ser feita a fiscalização por parte dos responsáveis e como deve ser enviada a carne para exportação.
“Estamos estudando instrução normativa para a hora do abate e do preparo da carcaça na hora de mandar aos Estados Unidos”, disse Maggi.
CARIRI EM AÇÃO
G1/Foto: Divulgação/Abiec
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