“Nenhum direito a menos, muitos empregos a mais.” Foi assim que o presidente Michel Temer definiu a vitória do governo com a aprovação da reforma trabalhista no Senado nesta terça-feira. A proposta passou pelo Congresso sem alterações no texto-base e segue agora para a sanção do presidente.
Temer disse que a reforma significa um importante avanço para o Brasil e que ela vai garantir a retomada do emprego e a construção de um país mais competitivo. “Os tempos mudaram e as leis precisam se adaptar. Nosso governo está conectado com o século XXI.”
Ao exaltar o placar — 50 votos a favor e 26 contra —, afirmou que a “expressiva maioria” mostra que a modernização trabalhista é uma “vitória do Brasil na luta contra o desemprego”. “A reforma preparará o mercado para as demandas do presente e exigências do futuro.”
Acompanhado dos ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Eliseu Padilha (Casa Civil), e também do deputado Carlos Marun (PMDB-MS), o presidente disse acreditar que o governo conseguiu aprovar “uma das reformas mais ambiciosas dos últimos 30 anos”. “Desde a constituição de 1988, o país aguardava uma nova legislação trabalhista.”
Temer deu alguns exemplos, como o de uma mãe que poderia trabalhar meia jornada, e disse que as novas leis criarão relações de trabalho adequadas à realidade atual. “Os trabalhadores poderão fazer acordos que garantam empregos adequados às suas realidades.”
Ao destacar o apoio do Congresso e agradecer ao Senado e à Câmara, Temer reforçou o discurso de que seu governo tem conseguido resultados em pouco tempo de mandato. “Fizemos tudo isso em pouco mais de um ano, com diálogo, direito ao contraditório”, disse. “Tive a coragem de propor essa mudança fundamental para o país”, completou.
O presidente afirmou ainda que a reforma é uma “via rápida” para novos empregos e destacou que os indicadores macroeconômicos mostram que o governo está conseguindo retomar o crescimento. “Hoje estamos vivenciando a retomada do crescimento, inflação sob controle, queda consistente taxa de juros, indústria e comercio recuperam, agronegócio segue quebrando todos os recordes”, exemplificou.
No fim de sua fala, sem comentar em nenhum momento a tentativa da obstrução por parte da oposição, Temer disse que o Congresso “teve uma presença extraordinária nessas discussões” e que a matéria “foi ampla e largamente debatida”.
Após mais de seis horas de protestos de senadoras da oposição que paralisaram a votação, o projeto foi aprovado com folga no Senado – a matéria precisava de maioria simples para passar, ou seja, metade mais um dos votos dos senadores presentes.
O placar surpreendeu o positivamente o governo, que esperava 48 votos favoráveis, conforme informou o Radar.
O Planalto tinha pressa em aprovar a reforma, porque acreditava que a vitória poderia sinalizar ao mercado que Temer ainda tem governabilidade. Mas o teste de fogo do governo mesmo se dará agora na Câmara, que decidirá se aceita ou não a denúncia Procuradoria-Geral da República apresentada contra o presidente.
CARIRI EM AÇÃO
(Com Estadão Conteúdo)
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