Pesquisa, extensão e até mesmo a manutenção de serviços básicos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) podem entrar em crise nos próximos meses. Isso porque, após o Ministério da Educação (MEC) cortar mais de 20% do seu orçamento para custeio, o dinheiro em caixa só deve durar até outubro, colocando a instituição em uma situação delicada.
A verba destinada ao setor passou de R$ 59 milhões para R$ 47 milhões, dos quais somente R$ 35 milhões foram repassados até o momento, contingência que tem prejudicado a instituição em diversos segmentos. Restaurante Universitário, Residência Universitária, pagamento de estagiários, terceirizados e diversas ajudas de custo para pesquisa dependem diretamente dos valores vindos desse orçamento.
De acordo com o pró-reitor adjunto de Administração, Severino Gonzaga, a queda do orçamento disponibilizado pelo Governo Federal tem limitado as ações da UFPB. No início do ano a instituição precisou parcelar o pagamento da energia elétrica, já que o orçamento não permitia o pagamento integral do boleto. Apesar de ter recebido pareceres favoráveis de todos os avaliadores, a UFPB teve uma redução de 21% no número de suas bolsas CNPQ, passando de 518 para 406, voltando a patamares inferiores aos de 2007. O número prejudica o fomento à Iniciação Científica, um dos pilares da instituição, que financia com recursos próprios 500 bolsas deste tipo.
O repasse do Governo Federal é feito mês a mês, mas a UFPB só teve até o momento garantido apenas 70% do orçamento previsto para 2017, por isso há grande preocupação do restante do montante não ser repassado, explicou o Severino Gonzaga. “Precisamos do valor restante porque estamos num aperto grande. Caso não chegue teremos que fazer cortes emergenciais. Vamos estudar, um plano emergencial para que esses cortes não venham a afetar tanto o ensino e a pesquisa”, disse o pró-reitor adjunto de Administração. Uma das soluções possíveis, adiantou o professor, seria a redução do horário de expediente para economizar energia elétrica, a exemplo de outras instituições de ensino público superior. “Temos trabalhado no limite da responsabilidade da gestão, mas a redução e a contingência do orçamento têm nos deixado no limite de nossa capacidade e recursos. Não temos como melhorar os serviços se não temos dinheiro investido”, destacou Severino Gonzaga.
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