Ministério confirma paralisação do bombeamento da transposição

Foi realizada nessa terça-feira, 22, na sede do Ministério Público, uma audiência pública em que representantes da ANA, Ministério da Integração, Aesa, Dnocs, Cagepa, MPPB, MPF, entre outros órgãos, discutiram sobre a decisão de pôr fim ao racionamento em Campina Grande e mais 18 cidades da região.

A reunião foi findada sem ter uma definição para o caso, e os Ministérios Públicos Estadual e Federal devem se reunir novamente para decidir a melhor solução.

A indefinição sobre o caso parte praticamente de dois segmentos do governo federal, tendo a Agência Nacional das Águas, através de seu superintendente Rodrigo Flecha, defendendo o fim total do racionamento baseado em dados técnicos, e de outro lado o Ministério da Integração Nacional, detentor da obra, que pede cautela devido às obras que devem ser realizadas para consertos nas barragens de Poções e Camalaú, no Cariri.

Em entrevista à Rádio Campina FM, o representante do Ministério da Integração, Antônio Moura, confirmou as afirmações do vereador Alexandre do Sindicato, de que a vazão da transposição do São Francisco pode ficar até quatro meses sem bombear água para o açude Epitácio Pessoa.

Ele ainda condenou a irrigação que está sendo realizada no leito do rio Paraíba e alegou que o projeto da transposição visa o abastecimento humano, porém quando houver segurança hídrica é que os estados podem liberar as irrigações.

– No momento a gente entende que não há segurança hídrica em Campina Grande. O projeto do São Francisco já conseguiu aportar quase 35 milhões de m³ para o açude de Boqueirão, mas o projeto está operando em regime de pré-operação, com as bombas parando toda hora para ajuste. Estas são de grande porte e precisam de ajustes finos, que ainda não foram feitos pelos fabricantes – disse.

Antônio ressaltou que os rasgos feitos nos açudes de Poções e Camalaú para melhor escoamento da água do São Francisco, quando elas chegaram ao território paraibano, precisam ser consertados, porque não podem esperar pelo próximo período chuvoso da região, que se inicia em janeiro, sob pena de colocar em risco as barragens e vidas humanas.

– Por enquanto precisa paralisar o sistema da transposição, para dar a garantia hídrica que Campina Grande precisa. O volume de água que tem hoje em Boqueirão garante que se espere a realização dos consertos, e aí sim, com o sistema operando perfeitamente, poderá se dar outros usos para as águas. Quem vai fazer a obra é o Dnocs, e a informação é de que seja quatro meses de paralisação, podendo ser reduzido um pouco – confirmou.

Antônio reforçou que o Dnocs não garante segurança hídrica para este período de paralisação do bombeamento, com o aporte atual de 8,3% no Epitácio Pessoa, e que se mantido um racionamento até menos drástico, o açude garante água até um semestre.

CARIRI EM AÇÃO

Com Rádio Campina FM/Foto: Paraíba Online

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