Em agosto, o presidente da legenda, senador Romero Jucá (RR), já havia anunciado a intenção de alterar o nome. À época, ele afirmou que o objetivo da mudança era “ganhar as ruas”. Para oficializar a decisão, era necessário o aval dos peemedebistas, em votação feita em convenção nacional.
“O MDB seguirá no rumo da mudança que nos transformará novamente em um grande e novo movimento. Não é uma volta para o passado, mas um passo gigantesco para o futuro”, disse Jucá, em discurso aos colegas de partido.
Movimento Democrático Brasileiro era o nome da agremiação antes de 1980, quando, ainda durante a ditadura militar, foi adotado o pluripartidarismo.
O resgate da sigla MDB faz parte de uma estratégia dos peemedebistas de diminuir o desgaste do PMDB e da política partidária junto à sociedade. Vários integrantes da cúpula do partido, entre eles o presidente, senador Romero Jucá, são alvo de investigações em escândalos de corrupção.
Entre as intenções dos peemedebistas com a retomada do MDB, está a de recordar a imagem de figuras, como Ulysses Guimarães e Teotônio Vilela, protagonistas da luta pela redemocratização do país.
Em entrevista, Jucá disse que a volta ao MDB não é “para esconder” eventuais irregularidades.
“Qualquer coisa que seja investigada será respondida e cada um é, individualmente, responsável por aquilo que tenha feito de equivocado. O partido não tem nada a ver com isso, está tranquilo e vai disputar as eleições de cabeça erguida. Não temos nenhum tipo de vergonha”, disse.
De acordo com a assessoria de Jucá, a mudança de nome vai ser comunicada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Como o Judiciário entrará em recesso, a Justiça Eleitoral só deve oficializar a alteração em fevereiro.
Outras decisões
A reunião partidária foi aberta com poucos participantes no auditório. Na fala inicial, Jucá chegou a anunciar que o presidente Michel Temer chegaria em instantes ao evento, mas a participação foi cancelada minutos depois.
Após o Planalto divulgar que Temer não compareceria ao evento, o presidente surpreendeu a todos, apareceu e fez um breve discurso de 10 minutos. Ele defendeu a reforma da Previdência e sugeriu a pessoas que ganham mais que façam uma previdência complementar.
Na pauta da convenção, estão outros itens, como a adequação do estatuto partidário à legislação eleitoral, com a inclusão das regras de distribuição do fundo público destinado a bancar campanhas eleitorais.
Jucá voltou a dizer que parlamentares que defendem as posições do partido serão “apoiados com mais força” durante as eleições. “Vamos tratar com prioridade aqueles que estão fechados com a posição do partido”, afirmou.
O encontro também terá definições sobre a adoção de um sistema de governança e compliance, além do início da discussão sobre o novo programa partidário.
CARIRI EM AÇÃO
Com G1 /Foto: Reprodução google
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