Intervenção federal se torna alvo de cobiça em outros estados

A intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro é vista como um tiro alto do Palácio do Planalto.

“É uma faca de dois gumes”, definiu, ao HuffPost Brasil, o líder do Solidariedade, Wladimir Costa (PA), após reunião com o presidente Michel Temer.

Segundo ele, o presidente pode ter acertado. “Algo precisava ser feito. Agora é ver se vai dar certo”, diz. Costa acrescenta que a expectativa do presidente é que a medida dê resultado imediatamente. No entanto, o deputado ressalta que ainda é incerto o que vai acontecer.

A ação do governo em relação ao Rio gerou debate sobre oportunismo do governo, já que a principal bandeira de Temer, a reforma da Previdência, enfrenta dificuldade para decolar.

Para o deputado Caio Nárcio (PSDB-MG), entretanto, chamar o governo de oportunista é fechar os olhos “para algo que é impossível fechar”.

Nós todos independentemente da ideologia sabemos que há um problema a ser tratado com urgência. Claro que não resolve da noite para o dia, mas há uma ação enérgica.

A intervenção já se tornou alvo de cobiça em outros estados. “É uma medida que deve ser estendida para as nossas fronteiras também em Rondônia. O Exército vai para o Rio, mas essa ação precisa olhar para outros estados”, emenda o deputado Lúcio Mosquini (PMDB-RO).

Outro deputado que também sugere que a intervenção seja adotada em outros estados é o Danilo Forte (DEM-CE). Ele afirmou que deseja apresentar ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, um pedido de intervenção no Ceará. A justifica é que os indicadores de violência no estado são piores que os do Rio de Janeiro.

Intervenção questionada no STF

Integrantes da oposição questionam o caráter “marqueteiro” da ação. O deputado Glauber Braga (PSol-RJ) considera que o governo está sendo demagogo. “Até ontem o estado estava completamente sem dinheiro para pagar o salário dos professores. De uma hora para outra surgem recursos para essa ação. Não posso deixar de dizer que é usar o povo do Rio”, afirma.

O PSol pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que suspenda a votação do decreto que valida a intervenção. O partido alega que o governo editou a medida sem a exposição de motivos e sem consulta aos conselhos da República e de Defesa Nacional.

O decreto foi assinado na última sexta-feira (16), com validade até 31 de dezembro. Nesse período, o general do Exército Walter Braga Netto será o responsável pela segurança no Estado e ficará subordinado ao presidente Michel Temer.

CARIRI EM AÇÃO

Com HuffPost Brasil/Foto: Reprodução Internet

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