Pelo menos 210 pessoas morreram em 2017 vítimas do câncer de mama na Paraíba. Desse dado, apenas cinco são homens. Pensando nisso, um composto farmacêutico à base de pimenta utilizado no tratamento da doença foi desenvolvido na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no campus João Pessoa. A substância utilizada na pesquisa foi testada com ratos e, de acordo com o professor Petrônio Filgueiras, responsável pelas pesquisas de síntese do composto, os resultados foram positivos.
“O produto é de baixo custo e a fonte é de pimenta do reino”, explica o professor. Ele detalha que a substância análoga da piperina mata o câncer “de fome”, porque os vasos sanguíneos que alimentam o tumor são eliminados. “O produto é de baixa toxicidade e fácil de ser produzido”, completou.
A Paraíba foi o estado do Nordeste que mais solicitou registros de patentes de invenções no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) em 2017. Somando as invenções (177) com os registros de modelos de utilidade (26), foram 203 solicitações de patentes catalogadas no estado, um crescimento de 153,75% em registros comparado ao ano de 2016, quando foram 80 pedidos de patentes fichados no INPI.
Conforme explica o professor Petrônio, a linha de pesquisa do laboratório de sintetizar substâncias alternativas para o tratamento do câncer também foi fundamental para que a pesquisa tivesse uma continuidade.
O estudo é feito na UFPB com grupos de animais que recebem as células tumorais que são cultivadas no laboratório. As células cancerígenas são introduzidas nas cavidades abdominais das cobaias para formar os tumores. A partir desse momento, os animais recebem o tratamento com uma droga padrão de tratamento e com as substâncias que estão sendo testadas.
No final do período do experimento, os pesquisadores fazem uma avaliação geral, comparando o grupo que não recebeu tratamento e o grupo de animais tratados com a droga padrão.
Segundo Petrônio Filgueiras, todo o estudo foi realizada na UFPB, mas ainda não há previsão para ser testado em humanos. “Infelizmente não tem uma indústria ainda que aposte no sucesso para ser um quimioterápico”, frisou o professor. “Essa é a segunda fase, iniciar o teste com humanos. Mas tem que ser um convênio com laboratórios certificados para tais procedimentos”, completou.
A pesquisa visa salvar vidas, combatendo uma doença ainda muito temida. “É muito gratificante para nós pesquisadores, muitas mulheres e homens vão a óbito por causa do câncer. Eu fico alegre por ter feito essa pesquisa com o grupo da professora Mariana Sobral, mas ainda não tenho uma visão se poderão de fato ser uma promessa da quimioterapia para tratar e curar o câncer”, ressaltou.
CARIRI EM AÇÃO
Com G1/Foto: G1
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