As autoridades de saúde norte-americanas relataram ter descoberto um padrão entre os pacientes de um hospital do estado de Virgínia, nos EUA, identificaram uma alta incidência de fibrose pulmonar idiopática (IPF, na sigla em inglês) em dentistas. Em um universo de cerca de 900 pacientes estudados em aproximadamente duas décadas, pesquisadores encontraram oito dentistas e um técnico em odontologia, todos homens, com a doença. Sete já morreram.
Pode não parecer muita coisa, mas a amostra representa 1% de todos os pacientes com IPF. Enquanto isso, notaram os pesquisadores, apenas 0,038% da população americana é composta de dentistas.
“Um questionário foi submetido aos pacientes que sobreviveram, que relataram ter mantido contato com material de polimento de esmalte dentário e amálgamas sem a devida proteção respiratória”, relataram as autoridades médicas. “As substâncias usadas nestas tarefas continham conhecidos materiais tóxicos. Apesar de não haver etiologia clara nesta amostra, a exposição ocupacional possivelmente contribuiu para a condição.”
A investigação veio depois que um dentista infectado com a doença alertou as autoridades americanas sobre o padrão identificado neste hospital.
“Apesar de ter sido associada com outras ocupações, não existe nenhum dado sobre a incidência da fibrose nos dentistas”, declararam os pesquisadores. Entretanto, “pessoas que trabalham em odontologia são expostos a agentes infecciosos, produtos químicos e partículas inaláveis, radiação ionizante e outros materiais potencialmente contaminantes. As exposições a estes materiais inaláveis nos dentistas provavelmente aumentam o risco de doenças respiratórias”.
A fibrose é uma doença pulmonar na qual os tecidos do órgão ficam endurecidos, o que torna mais difícil o bombeamento de oxigênio no sangue, privando os órgãos mais importantes, como cérebro e coração, de receberem o gás vital.
Quando não se descobre a causa desta fibrose, ela é chamada de “idiopática”. Os especialistas ainda não tem uma compreensão do que causa a doença, que mata os pacientes em um prazo que vai de 3 a 5 anos.
As autoridades de saúde americanas tampouco sabem por que dentistas estão sofrendo deste mal.
“Apesar de ser desconhecida a etiologia, há fatores de risco como exposição a doenças infecciosas, tabagismo e profissões na qual há o contato com poeira advinda de madeira, metal e areia”, declarou a autoridade médica americana.
Os sintomas da fibrose incluem falta de ar, tosse crônica, perda de peso, fadiga, dores musculares e nas articulações e fraturas nos ossos dos dedos.
O diretor de políticas da Associação Americana de Odontologia Pediátrica do Centro de Saúde Oral dos Estados Unidos confirmou esta suspeita. “Trabalhamos com materiais e bioprodutos humanos potencialmente danosos ao corpo se inalados”, disse em entrevista à CNN.
CARIRI EM AÇÃO
Com Newsweek/Foto: Reprodução Internet
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