Eleição paraibana não terá “estrelas” e haverá renovação inevitável

A disputa pelos cargos majoritários, na Paraíba, neste ano, será por eliminação. O eleitor vai chegar em outubro e procurar, entre os hoje praticamente desconhecidos, o que melhor conseguiu agregar durante a campanha. Esta será a primeira vez dentro do regime democrático que os principais players, os nomes com maior capilaridade eleitoral, estarão fora da disputa. As exceções não são muitas. Para a disputa do governo, o nome que aparecia em melhores condições na oposição, o prefeito Luciano Cartaxo (PV), correu da parada. O irmão dele, Lucélio (mesmo partido), colocou o nome à disposição para tentar se viabilizar rumo às eleições. De azarão, o verde tem tomado gosto e angariado apoios. Mas ele não é o único na empreitada.

Ainda dentro do campo das oposições, o vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior, vem colocando o nome à disposição. Ele trocará o MDB, do senador José Maranhão, pelo PSC, do ex-senador Marcondes Gadelha. Júnior sonhava com o cargo de prefeito da capital, o que só ocorreria com a renúncia de Luciano Cartaxo para a disputa do governo. O senador Cássio Cunha Lima, que rivalizou com Maranhão e o governador Ricardo Coutinho (PSB) nos últimos anos embainhou a viola. Não quer disputar o governo. Buscará a reeleição. Há quem diga até que se não houver união das oposições, a disputa de vaga na Câmara dos Deputados por ele também estará de bom tamanho.

Das antigas estrelas da política paraibana, o senador Maranhão se mantém resistente no desejo de disputar o governo. Evoca, para isso, a aura highlander que o tirou do ostracismo em 2014, com a conquista de vaga na Casa Alta. Amarga, no entanto, o desgaste do tempo e a baixíssima perspectiva de poder. Seu partido enfrenta uma marcha de enfraquecimento, com a perda de lideranças importantes. Deixaram a sigla Manoel Júnior e André Amaral, fileira que será engrossada, nesta semana, por Veneziano Vital do Rêgo e Hugo Motta. Todos chegaram à Câmara dos Deputados através da sigla emedebista, mas não enxergam futuro no partido. Outro nome lembrado para a disputa do governo pelo bloco é Pedro Cunha Lima (PSDB), filho de Cássio, mas que rejeita a missão.

Governista

Na ala governista, o desafio fica por conta da candidatura do secretário de Infraestrutura João Azevedo (PSB). Sem capital político, o socialista tenta surfar na onda da popularidade de Ricardo Coutinho (PSB). A missão é tentar melhor sorte que a alcançada em 2016 por Cida Ramos, na disputa da prefeitura da Capital. João Pessoa, diga-se de passagem, apesar de ser a base eleitoral de Coutinho, virou pesadelo para os socialistas. O antídoto para vencer este desafio é justamente atrair Cartaxo para o apoio a João. Praticamente todos os socialistas e auxiliares do governador acreditam nesta possibilidade. Ela também não é negada pelos aliados do prefeito. Isso vai depender, lógico, de um insucesso de Lucélio na caminhada em busca de apoios.

Motivos da fuga das lideranças

Vários pontos contribuem para a fuga das lideranças com nome cristalizados em disputas anteriores. Mas um ingrediente e destaca: a proibição do financiamento de campanha por empresas. Isso tem feito com que os detentores de poder se apeguem ao que já conquistaram. Quem tem uma caneta e vê risco numa nova disputa, se segura onde está e se organiza para usar a caneta em nome de um aliado. A estratégia vale também para quem depende de um aliado e não anda seguro em relação à sua fidelidade. Os exemplos mais claros são os do governador Ricardo Cotinho e dos prefeitos Luciano Cartaxo e Romero Rodrigues (PSDB), este último de Campina Grande. O resultado positivo disto é que teremos renovação a todo custo no pleito deste ano.

CARIRI EM AÇÃO

Com Blog Suetoni/Foto: Reprodução google

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