Crianças expostas ao tabagismo a partir dos quatro meses de idade mostram uma propensão maior à cáries ao atingirem os três anos, em comparação a crianças que não têm contato com cigarro. Esta é a conclusão de um estudo realizado por pesquisadores da Escola de Pós-Graduação de Medicina e Saúde Pública da Universidade de Kyoto, no Japão, publicado em outubro de 2016.
O trabalho intitulado “Fumante passivo e a incidência de cárie dentária em dentes decíduos em crianças no Japão: A população com base em estudo de coorte retrospectivo” analisou dados de 76.920 crianças nascidas entre os anos 2004 e 2010. A coleta das informações foi feita através da realização de check-ups de saúde em várias fases da pesquisa, além de questionários sobre os hábitos alimentares, saúde oral, informações sobre exposição ao fumo passivo e outros fatores do estilo de vida das crianças e suas famílias.
De acordo com Sandra Silva Marques (CROSP 37155), coordenadora Estadual do Programa de Tabagismo (INCA – Ministério da Saúde) e cirurgiã-dentista especializada em dependência química pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o tabagismo passivo é especialmente perigoso durante a gravidez, pois pode prejudicar o crescimento do feto e aumentar o risco de complicações durante a gestação e o parto. Sandra ainda explica que a exposição de recém-nascidos e crianças à fumaça do cigarro pode provocar morte súbita, além de doenças como bronquite, pneumonia, asma e infecções de ouvido. As cáries são consequência destes problemas respiratórios. “A criança começa a desenvolver uma respiração bucal, o que altera o desenvolvimento ósseo de suas arcadas e aumenta o ressecamento bucal, mudando o fluxo e o Ph da saliva”.
De acordo com Hyula Rigines (CROSP 86872), cirurgiã dentista responsável pela Turma da Super Escova, grupo de pessoas que atuam em favor da saúde em prol das crianças, desde a vida intra-uterina, a criança pode tornar-se torna fumante passiva desde a vida intra-uterina, caso a mãe ou alguma outra pessoa próxima tenha o hábito de fumar. “Segundo o que já se apresenta como consenso na literatura médica, é o fato dessas crianças apresentarem maiores índices de infecções respiratórias, bronquites, pneumonias é, o que reflete acaba refletindo na qualidade da saúde bucal, haja visto que muitos são respiradores bucais. Este fato sim é impactante do ponto de vista do surgimento das cáries, pois a respiração bucal altera os microorganismos doe o meio bucal, deixando a criança mais suscetível à doença”, explica.
O estudo mostrou que 55,3% das crianças tiveram exposição ao tabagismo através de membros de suas famílias aos quatro meses de idade.. No total, percebeu-se 12.729 casos de cárie dentária. As crianças que viviam com familiares fumantes tinham 1,46 vezes mais chance de desenvolverem lesões do que as de famílias em que não há fumantes. Além disso, foi observado que as crianças que acostumaram-se com o cheiro da fumaça do tabaco tinham uma possibilidade 2,14 vezes maior de contrair cáries.
CARIRI EM AÇÃO
Com Colgate/Foto: Reprodução Internet
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