“Quando organizamos o calendário, fizemos um pequeno esquema“, disse Platini, em entrevista para a rádio France Bleu. “Se terminássemos primeiro do grupo e se o Brasil terminasse primeiro, apenas nos encontraríamos na final”, disse. “Não tivemos problemas por seis anos para organizar a Copa do Mundo para, depois, organizar uma pequena manobra“, comentou.
Pelas regras da Fifa, Brasil e França estavam entre os oito cabeças-de-chave no sorteio realizado em 1997. Cada um deles cairia em um grupo, de forma aleatória. Mas, segundo Platini, houve uma manobra para permitir que o Brasil estivesse no grupo A, na condição de campeão, e a França acabou sendo “sorteada” para o Grupo C. Assim, não haveria risco de um confronto com o time de Ronaldo antes de uma final.
“Você acha que os outros não fazem o mesmo por suas Copas? É uma brincadeira?”, disse. “Brasil e França na final era o que todos sonhavam”, completou, sem explicar como ocorreu a manipulação.
Na época, o sorteio foi realizado pelo então secretário-geral da Fifa, Joseph Blatter. A entidade era comandada pelo brasileiro João Havelange.
O arranjo acabou funcionando para os franceses. Brasil e França acabaram chegando à grande final e o time de Zinedine Zidane aplicou uma severa derrota ao time brasileiro por 3 x 0. Aquele foi o único título da história da França.
Essa não é a primeira vez que a manipulação de sorteios é mencionada. Blatter, numa recente entrevista, também insistiu que sabia de ocasiões em que bolas frias eram colocadas para permitir que a pessoa que as retirasse pudessem identificar quem deveriam selecionar. Ele, porém, insistiu que isso “jamais ocorreu” sob seu comando na Fifa.
CARIRI EM AÇÃO
Com Estadão /Foto: Reprodução Internet
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