A escalada de preço da gasolina está levando o brasileiro a comprometer uma parcela cada vez maior do rendimento para encher o tanque do carro. São necessário 3,5 dias de trabalho para completar um reservatório de 55 litros. O cálculo leva em consideração o salário médio do trabalhador brasileiro – que foi de 2.169 reais no primeiro trimestre, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) -, o preço médio da gasolina (4,603 reais por litro, segundo a Agência Nacional do Petróleo),e um tanque de 55 litros.
Para completar esse reservatório, o motorista terá que desembolsar 253,16 reais. Ou seja, 11,7% do salário médio do brasileiro. “É um porcentual de comprometimento muito elevado. O ideal seria que fosse algo entre 2% e 3% do rendimento”, aconselha o educador financeiro Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira.
“Considerando que normalmente as pessoas usam mais que um tanque de combustível por mês, o comprometimento da renda pode ser ainda maior”, avalia a coordenadora dos cursos de graduação em administração, processos gerencias e gestão financeira na Faculdade Fipecafi, Luciana Machado.
Um motorista que roda em média 30 km por dia, ou seja, 600 km por mês para ir ao trabalho e gasta mais 750 km por mês com passeios, consumirá 168,7 litros de gasolina por mês, considerando um carro com desempenho de 8 km por litro. Com o preço médio atual, terá que desembolsar 776,52 reais por mês só com combustível. “Estamos falando de 35% do salário ou pouco mais 10 dias de trabalho só para ir ao emprego ou se divertir com a família”, comenta a Luciana.
Quanto menor o salário, mais dias o consumidor precisa trabalhar para encher o tanque. Nas menores faixas de renda, a posse do veículo também é menor. Juliana Inhasz, professora de Finanças do Insper, lembra que metade dos brasileiros recebia um salário médio de 754 reais em 2017. “Considerando o desconto do INSS, sobrariam 694 reais. Nesse caso, teríamos um salário diário de 31,54 reais e teríamos que trabalhar muito mais dias para encher o tanque de combustível”, diz a professora.
Alternativas
Com o preço da gasolina nas alturas, especialistas consideram que a melhor maneira de poupar algum dinheiro com o abastecimento é aderindo ao compartilhamento de veículos.
“Mudar hábitos de transporte, como dar caronas e dividir o custo do combustível, utilizar meios públicos de transporte ou dividir o carro de aplicativo com outras pessoas são algumas alternativas para reduzir as despesas com gasolina”, diz o especialista em finanças Rogério Favalli, da Favalli Financial Quality Assurance.
CARIRI EM AÇÃO
Com Veja/Foto: Reprodução Internet, Divulgação
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