Internação de Bolsonaro deve durar pelo menos uma semana, diz médico

O candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) não deverá receber alta hospitalar antes de “uma semana ou 10 dias”, disse em coletiva de imprensa na noite desta quinta-feira (6) o médico Luiz Henrique Borsato, da Santa Casa de Juiz de Fora. Ele foi um dos cirurgiões que operou o candidato, atingido por uma facada durante ato de campanha nesta tarde na cidade mineira.

“Antes de uma semana ou dez dias, ele não vai receber alta”, afirmou o médico. Ele ressaltou que o prazo é uma estimativa e que tudo dependerá de como evoluir a recuperação de Bolsonaro.

O candidato era carregado nos ombros por apoiadores quando um homem se aproximou e o atingiu na barriga. “As lesões internas foram graves e colocaram em risco a vida do paciente”, disse Borsato. Bolsonaro chegou ao hospital por volta das 15h40 perdendo muito sangue por causa do ferimento.

“O que houve foi um sangramento na veia abdominal, que logo foi estancado, e lesões nos intestinos grosso e delgado. Foi retirada a parte lesada do intestino grosso, e o intestino delgado foi costurado”, disse Borsato. Durante a cirurgia, Bolsonaro recebeu quatro bolsas de sangue em transfusão.

Segundo o último boletim médico, Bolsonaro é considerado um paciente grave que está submetido a cuidados intensivos. Na noite desta quinta, ele apresentava quadro estável.

Os médicos fizeram uma colostomia temporária, procedimento que conecta o intestino a uma bolsa fora do corpo, evitando que as fezes passem e possam causar uma infecção no local onde foi tratada a perfuração. Ele deve ser submetido a outra operação futuramente, para reverter a colostomia.

Bolsonaro está consciente e irá passar a noite na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os profissionais também afirmaram que não há como precisar o tempo que o candidato passará na unidade, onde já recebeu a visita de dois filhos.

Uma equipe do Hospital Sírio-libanês, de São Paulo, deve chegar por volta da meia-noite a Juiz de Fora para avaliar uma possível transferência de Bolsonaro.

Segundo a equipe da Santa Casa, a transferência é uma opção da família, mas neste momento o presidenciável não tem condições de ser levado para outro local. Um novo boletim médico deve ser divulgado às 10h30 de sexta-feira (7).

No momento em que foi esfaqueado, Bolsonaro fazia corpo a corpo com eleitores na região do Parque Halfeld. O suspeito de atacar o candidato foi identificado pela PM como Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos. Segundo informações da polícia, após o ataque, ele foi agredido por pessoas que estavam no local.

O advogado de Adélio, Pedro Augusto Lima Possa, disse que seu cliente assumiu a autoria do atentado, e que ele agiu por “motivações religiosas, de cunho político”. “Ele não tinha intenção de matar, em momento algum. Era só de lesionar”, disse Possa.

A polícia fez buscas em um imóvel onde Oliveira morou em Montes Claros, cidade a cerca de 800 km de Juiz de Fora, mas não encontrou nada. O agressor é formado em pedagogia, foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014 e tem passagem na polícia em 2013 por lesão corporal.

G1

Cariri Em Ação

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