A definição do ministério do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) deverá se acelerar nos próximos dias, mas os primeiros nomes foram confirmados hoje por ele. No poderoso ministério da Fazenda, que poderá ser renomeado para Economia, figura desde o início o economista Paulo Guedes. Para a estratégica Casa Civil, foi escolhido o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS). E para o Ministério da Defesa, a escolha recaiu sobre o general reformado Augusto Heleno.
Na pasta de Ciência e Tecnologia, o astronauta brasileiro Marcos Pontes, que é tenente-coronel da Aeronaútica, também foi confirmado por Bolsonaro e ele próprio admitiu que aceitaria a missão.
A meta máxima de 15 ministérios, por exemplo, já não é uma certeza. A primeira polêmica surgiu com a tão anunciada e propagada pelo candidato fusão entre as pastas da Agricultura e Meio Ambiente. Após receber visitas de empresários, exportadores, e de representantes do agronegócio, ficou claro que é preciso analisar eventuais prejuízos na economia internacional com as possíveis mudanças. Hoje, o principal discurso de Bolsonaro é afirmar que irá ouvir e avaliar todas as vertentes políticas e econômicas antes de tomar qualquer decisão.
Civis
Paulo Guedes é carioca, tem 69 anos, é formado em economia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e com mestrado pela Universidade de Chicago. É conhecido no meio acadêmico, tendo lecionado na PUC-Rio e na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foi um dos fundadores, em 1983, do Banco Pactual.
Também foi sócio-fundador e diretor executivo da JGP Gestão de Recursos, onde era um dos responsáveis pela supervisão da gestão do Fundo JGP Hedge e pela estratégia das operações. Tornou-se membro do conselho diretor da PDG Realty Empreendimentos e Participações, da Abril Educação e da Localiza Rent a Car. Ajudou a fundar o Instituto Millenium, um centro de pensamento econômico, e também foi sócio-fundador do grupo financeiro BR Investimentos, que se tornaria parte da Bozano Investimento.
O deputado gaúcho Onyx Lorenzoni (DEM-RS) foi escolhido para a Casa Civil pelo trabalho de articulação legislativa desempenhado com sucesso no Congresso, meses antes do início da campanha, arregimentando maioria parlamentar de sustentação a Bolsonaro.
Onyx tem 64 anos, nascido em Porto Alegre, formado em medicina veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Está em seu quarto mandato como deputado federal, depois de exercer dois mandatos como deputado estadual.
No Congresso, Onyx é apontado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) como um dos parlamentares mais influentes. Participou de 12 CPIs, com destaque para a dos Correios, e a da Petrobras. Em 2016, foi relator do projeto que transforma as 10 Medidas contra Corrupção, propostas pelo Ministério Público Federal (MPF), em lei.
Generais na Esplanada
O general Heleno tem 70 anos, é nascido em Curitiba e formado na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). É considerado uma das pessoas que gozam do maior prestígio e respeito por parte de Bolsonaro.
Heleno foi o primeiro comandante da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), de junho de 2004 a setembro de 2005. Antes disso, no início de sua carreira, foi primeiro colocado de sua turma de cavalaria na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO) e na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme).
No posto de major, integrou a missão militar brasileira de instrução no Paraguai. Como coronel, comandou a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), em Campinas, e foi adido militar da Embaixada do Brasil em Paris, acreditado também em Bruxelas.