Dirigentes do Instituto Ayrton Senna e da organização Todos pela Educação apresentaram nesta quarta-feira (14) ao governo de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro diagnósticos e propostas para melhoria da educação brasileira, conforme descreveram seus representantes, entre eles Viviane Senna. O grupo se reuniu com o ministro extraordinário da equipe de transição, Onyx Lorenzoni, e depois, apenas Viviane Senna teve encontro com Bolsonaro.
Os dirigentes de entidades educacionais explicaram que pediram atenção do próximo governo para dois pontos: alfabetização e valorização de professores.
“Foi uma conversa para colocar as proposições para educação pública brasileira no devido lugar, que é o lugar técnico, lugar das propostas que têm evidências, e não em uma discussão de crenças”, disse Priscila Fonseca da Cruz, presidente executiva do Todos pela Educação.
Priscila diz que o grupo destacou, entre outras medidas a necessidade da valorização dos professores.
“O professor é o maior determinante de qualidade do ensino. Não dá para não ter atuação forte em políticas docentes e professor valorizado”, defende. Segundo ela, bandeiras para a educação defendidas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, como o Escola sem Partido e a educação a distância não foram tratados no encontro.
Durante a reunião com Onyx Lorenzoni, o economista Paes Barros, economista chefe do Instituto Ayrton Senna, apresentou um diagnóstico da educação do país.
Ele é conhecido por ser um dos responsáveis pela concepção técnica do Programa Bolsa Família. Já Priscila Fonseca da Cruz falou sobre o documento Educação Já!, que reúne medidas consideradas urgentes para a educação. O texto foi apresentado, durante as eleições, a candidatos à presidência e para o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.
Bolsonaro
O diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna, Mozart Ramos, disse que o encontro de hoje é fruto de reunião que ocorreu durante as eleições, no Rio de Janeiro.
Na ocasião, Viviane Senna foi convidada pelo presidente eleito para tratar de educação. “Nessa reunião, ele disse que, caso fosse eleito, gostaria muito de ter a contribuição do instituto, pelo qual tinha grande admiração”, diz.
De acordo com Ramos, o diagnóstico da educação brasileira apresentado pelo instituto mostrou como o setor pode contribuir para o desenvolvimento do país.
“Ele tratou dos impactos da educação nas desigualdades sociais e como a educação pode ser importante”, diz Ramos. “A gente fala muito de economia, mas é a educação que promove, no mundo atual, esse novo desenvolvimento que o país está buscando”.
Segundo Ramos, por um atraso, a reunião desta quarta-feira com Onyx Lorenzoni, que deveria ter duas horas de duração, foi reduzida. O grupo deverá reunir-se novamente para aprofundar temas educacionais. A nova data ainda não foi definida.
Ministro da Educação
Bolsonaro, ainda não anunciou quem assumirá a pasta da Educação. Diversos nomes circularam nos círculos educacionais e imprensa nas últimas semanas, incluindo os de Ramos e de Viviane. Ramos também foi cotado para assumir a pasta da Educação no governo de Michel Temer, mas recusou o convite.
Em entrevista, o presidente eleito confirmou que recebeu Viviane Senna hoje e disse que busca um ministro da Educação, mas evitou apontá-la como candidata.
“Estamos atrás de um ministro da Educação, não quer dizer que vai sair de uma sugestão dela, nada está garantido no tocante a isso. Queremos um ministro que realmente seja bastante ativo, porque há um aparelhamento enorme na educação e a prova disso é que estamos nos últimos lugares da prova do Pisa [Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes]”, afirmou.
Agência Brasil