Preso médico suspeito de deformar pacientes em tratamentos estéticos

A polícia do Distrito Federal prendeu nesta sexta-feira (21) um médico suspeito de deformar pacientes em tratamentos estéticos.

O médico foi preso em Goiânia junto com a mãe, que administrava a clínica onde os atendimentos eram feitos. A polícia recolheu equipamentos, remédios, seringas, prontuários e comprovantes de compras em laboratórios – quer saber se o clínico-geral Wesley Murakami usou substâncias não-autorizadas pela Vigilância Sanitária ou se aplicou nos pacientes algum produto em quantidade indevida.

Em Brasília, 15 vítimas registraram ocorrência contra Wesley. Uma delas é a Amanda, de 27 anos. Ela conheceu o médico numa rede social e foi convencida por ele a fazer o tratamento.

“Falou que até que eu era bonitinha, mas para que eu ficasse bonita mesmo eu tinha que passar por diversos procedimentos”, conta a administradora Amanda Nepomuceno.

A indicação foi a bioplastia: um procedimento estético que consiste na injeção de uma substância para mudar a forma do rosto ou do corpo.

Wesley Murakami responde a processo em Brasília e em Goiânia, onde 14 pacientes também relataram que foram vítimas do médico. Ele foi levado para Brasília no início da tarde e está preso no Departamento de Polícia Especializada da Polícia Civil. Durante o interrogatório, Wesley Murakami ficou em silêncio.

A polícia disse que o número de vítimas pode ser ainda maior. O médico deve ser indiciado. “Seja na lesão corporal gravíssima que essas aplicações podem ter causado, deformidade permanente nas vítimas, quanto numa associação criminosa e até mesmo na aplicação de produtos não autorizados”, explica o delegado Wisley Salomão.

Wesley está com o registro no Conselho Regional de Medicina suspenso. A prisão é por 30 dias e pode ser prorrogada.

O primeiro paciente a apresentar queixa, o empresário Alexandre Garzon queria apenas tirar marcas de espinhas do rosto. Seis anos depois, ele espera que haja punição: “no mínimo, que ele perca o CRM, não exerça mais a profissão, não cause isso a mais ninguém e fique um bom tempo na cadeia para pagar a dívida que ele tem com a sociedade, com mais de 50 pessoas que eu sei”.

Jornal Nacional