Manifestantes protestam na Venezuela após fechamento de fronteira com a Colômbia

Manifestantes queimam roupas durante protesto contra forças de segurança em Ureña, na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela, neste sábado (23). — Foto: REUTERS/Andres Martinez Casares

A agência de migração colombiana informou que quatro membros da Guarda Nacional Bolivariana desertaram neste sábado na fronteira entre os dois países e pediram proteção à Colômbia na cidade de Cúcuta. Imagens que circulam em redes sociais mostram homens de farda deixando veículos militares no lado venezuelano e pulando as grades em direção à Colômbia.

Mulher protesta as forças de segurança em Ureña, Venezuela, neste sábado (23), na fronteira com a Colômbia. — Foto: REUTERS/Andres Martinez Casares

“Três membros da guarda venezuelana acabam de desertar a ditadura de Nicolás Maduro na Ponte Internacional Simón Bolívar e pediram ajuda à imigração da Colômbia”, afirmou a agência em nota. O órgão também relatou que um sargento venezuelano desertou as forças de segurança ligadas a Maduro na ponte Francisco de Paula Santander, que liga o estado venezuelano de Táchira com o colombiano Norte de Santander.Manifestantes na Venezuela protestam contra forças de segurança em Ureña, na fronteira com a Colômbia, neste sábado (23). — Foto: REUTERS/Andres Martinez Casares

Mais ao sul da fronteira, na ponte internacional Simón Bolívar, um tenente e outros dois sargentos também se entregaram, de acordo com a agência de notícias EFE.

O líder opositor Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino, comemorou que militares na fronteira com a Colômbia estejam se unindo a sua “luta” e queiram facilitar o ingresso de ajuda humanitária à Venezuela.

Durante as deserções, o veículo militar usado por membros da Guarda Nacional Bolivariana rompeu as barricadas instaladas pelo governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro e atropelou duas pessoas, que ficaram feridas.

Manifestante protesta contra as forças de segurança em Ureña, na fronteira entre Venezuela e Colômbia, neste sábado (23). — Foto: REUTERS/Andres Martinez Casares

O governo venezuelano afirmou que o veículo militar foi tomado por “terroristas” aliados à oposição e às autoridades colombianas. Segundo a Telesur, televisão ligada ao governo de Maduro, os veículos investiram contra a barreira de segurança policial instalada na ponte Simón Bolívar, do lado venezuelano da fronteira.

Ajuda humanitária

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O primeiro caminhão com ajuda humanitária brasileira chegou a Pacaraima, na fronteira brasileira com a Venezuela. Além dele, mais um caminhão partiu de Boa Vista (RR) na manhã deste sábado (23), mas teve um pneu furado durante o trajeto e deve chegar em seguida. Há, ainda, outros dez caminhões com comida, itens de higiene pessoal e medicamentos aguardando na cidade de Cúcuta, na Colômbia, para cruzar a fronteira com a Venezuela.

A oposição marcou para este sábado o dia ‘D’ para recebimento de doações de outros países, mas esse apoio é rejeitado pelo presidente venezuelano.

Também houve embates entre líderes indígenas e militares venezuelanos na manhã desta sexta (22) em Kumarakapay, na Venezuela, a cerca de 80km da fronteira com o Brasil. Segundo informações dadas por líder as indígenas e parentes de vítimas à agência de notícias Reuters, uma pessoa morreu e outras ficaram feridas.