Trump acusa Spike Lee de ser “racista” contra ele em discurso no Oscar

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou nesta segunda-feira o cineasta Spike Lee, que ontem ganhou o Oscar de melhor roteiro adaptado pelo filme “Infiltrado na Klan”, de ser “racista” contra ele durante seu discurso após receber o prêmio.

“Seria legal se Spike Lee pudesse ler suas anotações, ou melhor ainda, não ter que usá-las em absoluto, quando faz seu ataque racista contra o presidente, que fez mais pelos afro-americanos (Reforma da Justiça Criminal, os números de desemprego mais baixos da história, cortes fiscais, etc) do que quase todos os presidentes”, disse Trump no Twitter.

No discurso após receber o Oscar, Lee pediu que o povo fique “do lado certo da história” nas eleições presidenciais dos Estados Unidos do ano que vem.

“As eleições presidenciais de 2020 estão chegando. Vamos nos mobilizar, estar do lado certo da história. Vamos fazer a escolha moral do amor contra ódio”, disse o cineasta, sem mencionar Trump explicitamente.

“Vamos fazer a coisa certa!”, finalizou o Lee, em alusão ao filme “Faça a Coisa Certa” (“Do The Right Thing”), uma de suas produções mais famosas.

O diretor, que recebeu o prêmio ao lado de Charlie Wachtel, David Rabinowitz e Kevin Willmott, foi ovacionado pelo público após o discurso.

Conhecido por ser um grande ativista dos direitos dos afro-americanos, Lee também chamou a atenção no tapete vermelho por um figurino com o qual homenageou o filme “Faça a Coisa Certa” e o músico Prince.

O cineasta usou anéis com as palavras “hate” (ódio) e “love” (amor), como fazia o personagem do ator Bill Nunn na trama.

Embora nunca tenha ganhado uma estatueta até ontem, Lee recebeu em 2006 um Oscar honorário da Academia pela sua brilhante carreira, que conta com filmes como “A Última Noite” (2002) e “Malcolm X” (1992), entre outros.