Pesquisadores estudam a relação solo e plantas em uma área experimental do CDSA da UFCG

Uma parceria entre o Laboratório de Ecologia e Botânica (LAEB) do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido da Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Sumé, com o Núcleo de Solos e Mineralogia do Instituto Nacional do Semiárido está possibilitando a realização de uma pesquisa sobre os solos existentes em uma área experimental do Campus.

Esse estudo faz parte de um projeto aprovado pelo INSA chamado “Pededologia, mineralogia e dinâmica de metais pesados e matéria orgânica em solos do semiárido e solos sobre processo de desertificação”.

“Nosso interesse nesse trabalho é buscar entender as relações que se estabelecem nos sistemas naturais, tomando como base essa área trabalhada no CDSA”, disse a professora Alecksandra Vieira de Lacerda, coordenadora do LAEB/CDSA.

No local, de acordo com Rodrigo Santana Macedo, do INSA, a pesquisa abordará especificamente, a formação dos solos. Num primeiro momento, relatou Macedo, foi feito um levantamento dos solos que existem na área experimental, e agora estão sendo abertas trincheiras para fazer estudo de gênesis, morfologia e classificação a partir desses dados. Também estão sendo coletadas amostras para que sejam feitas análises físicas, químicas e mineralógicas do material. “Todas essas análises, juntamente com a parte de solo-paisagem serão interpretadas, analisadas para dar suporte aos estudos da professora Alecksandra de Lacerda, que é a relação do solo com a comunidade de plantas no local”, destacou Macedo.

“A partir da obtenção dos resultados das análises das amostras de solo iremos trabalhar, juntamente com a professora Alecksandra Lacerda, na parte estatística e na interpretação desses dados para fins de relação do solo-planta e, se necessário, retomar algumas atividades de campo para retirar novas amostras ou estudar outros locais para servir de comparação com essa área já estudada”, completou Macedo.

Segundo a professora Alecksandra, “essa parceria com o INSA é extremamente positiva pois trará respostas ao Cariri paraibano. Nessa região, a primeira parceria que o INSA estabeleceu foi com o Laboratório de Ecologia e Botânica, isso é uma sinalização que o CDSA está avançando, tentando entender dentro desse escopo elementos essenciais que serão impulsionadores de desenvolvimento regional”.

“Dizer qual é esse comportamento e a resposta biológica dentro da relação de sistemas naturais que podem dar visibilidade ao processo de produção futura em termos de lavoura xerófila (que resistem em ambientes secos). Entendemos pouco sobre as nossas espécies nativas e entendemos que nós temos os potenciais biológicos mas, precisamos tentar ressaltar esse comportamento para impulsionar a lavoura xerófila dentro dos sistemas naturais do semiárido brasileiro. Entender hoje a relação da planta com o solo é fundamental porque o desenvolvimento e comportamento da planta se dá nessa relação com o solo”, disse a professora.

“Esse estudo de solos, principalmente nessa área preservada do CDSA, vai servir como referência de solos em condições naturais em um estágio de regeneração muito avançado, para comparar esses resultados com áreas que estão submetidas ao processo de desertificação e também comparar com solos de outras mesorregiões como o Agreste, o Litoral, a Zona da Mata, o Brejo em Areia, onde também trabalhamos fazendo esse tipo de estudo, abrindo as trincheiras, caracterizando o solo e fazendo as análises químicas, físicas e mineralógicas”, completou Rodrigo Santana Macedo.