CAMILA MATTOSO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Em visita à Câmara nesta quarta-feira (27), o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), conversou de forma privada com parlamentares e tentou dar explicações sobre seu envolvimento com o escândalo das candidaturas de laranjas do PSL.
O jornal Folha de S.Paulo revelou no início de fevereiro que Álvaro Antônio patrocinou um esquema de candidaturas de fachada em Minas que direcionou dinheiro público para empresas ligadas ao seu gabinete de deputado.
A Polícia Federal e o Ministério Publico investigam o caso.
A reportagem acompanhou a conversa do ministro com alguns deputados no plenário da Câmara, durante a sessão.
Em um determinado momento, o ministro, que é deputado licenciado, foi questionado sobre o caso dos laranjas, disse estar tranquilo e atacou a imprensa.
“Tirando a Folha de S.Paulo e a Globo, está tudo bem”, respondeu a um deputado que o cumprimentou de longe, após a pergunta “opa, ministro, tudo certo?”.
Para o deputado Bacelar (PODE-BA), Álvaro Antônio deu mais detalhes. Disse saber que a PF não encontrou nada sobre ele na investigação e que o problema são as reportagens da Folha de S.Paulo.
O parlamentar mostrou concordar e afirmou: “a Globo também não gosta do Bolsonaro, deve ser isso”.
Álvaro Antônio caminhou sozinho pelo plenário e também pela área do cafezinho da Câmara. Depois, foi a uma reunião da comissão do Turismo, onde ficou por cerca de uma hora e meia.
Parlamentares ligados ao Turismo e à bancada mineira, estado pelo qual ele foi eleito deputado, fizeram elogios ao ministro durante a reunião. Um deles citou o episódio, dizendo que os ventos pesados vão passar.
A Polícia Federal e o Ministério Publico ainda não concluíram as investigações, que estão em sigilo.
O presidente Jair Bolsonaro tem dito que aguarda a apuração para tomar uma decisão sobre a permanência de Álvaro Antônio. O presidente já disse que a situação causa desgaste para o governo.
O ministro tem negado seu envolvimento no caso dos laranjas e tem dito que cumpriu a lei durante a eleição. Ele era presidente do PSL de Minas até o fim do ano passado.