O presidente Jair Bolsonaro (PSL) alfinetou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em sua “live” desta quinta (29) e disse que o tucano “mamou” em governos do PT.
“João Doria comprou também. Explica isso aí. Só peixe. Amigão do Lula, da Dilma. Eu vejo o Doria falando de vez em quando ‘minha bandeira jamais será vermelha’. É brincadeira! Quando estava mamando lá a bandeira era vermelha com um foiçasso e um martelo sem problema nenhum, né? Ihuuuu, tá ok?”, disse.
Bolsonaro se referia à compra de um avião com empréstimo do BNDES por uma empresa de Doria, considerado um provável adversário do presidente para as eleições de 2022.
A empresa Doria Administração de Bens, do governador paulista, é uma das 134 citadas na lista divulgada pelo BDES, com um empréstimo de R$ 44 milhões. Ao todo, as companhias tomaram R$ 1,9 bilhão em juros subsidiados para a compra de jatos executivos.
Bolsonaro também criticou Luciano Huck. Por meio da empresa Brisair, empresa da qual é sócio junto com Angélica Huck, o apresentador pegou R$ 17,7 milhões com o BNDES em 2013 por meio do Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos).
“Já apareceu aquela galerinha da compra de aviões com 3, 3,5% [de juros] ao ano. O que é isso, Luciano Huck? Que teta, hein?”, disse o presidente durante a “live”.
Não há indícios de ilegalidades nos empréstimos, o que Bolsonaro reconheceu no vídeo.
Assim como Doria, Huck é visto como possível rival de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022.
Por meio de nota, o Palácio dos Bandeirantes descartou qualquer problema com as operações da empresa do governador paulista junto ao BNDES.
“A Embraer vendeu mais de 135 jatos executivos e comerciais para empresas brasileiras e estrangeiras com financiamento do BNDES, gerando empregos e impostos para o Brasil. Nada de errado nisto.”
Quando da divulgação da lista, Doria, em postagem nas redes sociais, classificou como “oportunismo” a associação de empréstimo tomado por sua empresa a “algo errado”.”
Já Luciano Huck disse, em texto enviado à coluna da Mônica Bergamo na semana passada, que o empréstimo que fez junto ao BNDES para comprar um avião foi “transparente, pago até o fim, sem atraso”.
Após apoiar Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018, Doria tem buscado se descolar do presidente neste ano.
Em meio ao desgaste do ministro da Justiça, Sergio Moro, no governo federal, o governador tucano também já sinalizou uma aproximação com o ex-juiz.
Doria também já disse que não nomearia parente para cargo público, ao comentar a indicação de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, para ocupar a embaixada do Brasil em Washington.