Professor dá dicas para não se endividar durante Black Friday

Cuidado para não se endividar ao comprar por impulso. É o alerta do coordenador do MBA de Gestão Financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira, para os consumidores nas compras durante a Black Friday. Para ele, muitos brasileiros estão de posse do dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e parte do 13º salário e podem se empolgar com as promoções.

O professor lembra que primeiro deve-se pagar as dívidas e, se sobrar, aí sim, comprar algo. Mas, antes de ir às compras, é necessário estabelecer um valor máximo que não comprometa o orçamento. 

“As promoções, em eventos como a Black Friday, são desenvolvidas para nos atrair. Portanto, muita atenção. As pessoas costumam ser facilmente seduzidas por parcelas aparentemente baratas, sem levar em consideração o custo adicional embutido nos pagamentos mensais que elevam o preço final. Cuidado também para não cair tentações como brindes associados ao produto, do tipo compre tal produto e leve esse outro de brinde; ou, compre um e leve dois; ou ainda, ofertas de frete grátis. Ocorrem situações onde o custo adicional pago excede em muito o custo do frete, por exemplo”, adverte o professor da FGV.

Ricardo Teixeira pondera, no entanto, que a ocasião pode ser uma boa oportunidade para quem vai comprar presentes para o Natal. “Para quem pesquisou anteriormente e tem claras quais são as suas possibilidades financeiras, a Black Friday tem bons descontos. Porém, tente pagar à vista. Em lojas físicas, você pode conseguir desconto. Caso você não consiga, se for possível, tente fazer as compras no menor número de parcelas, para não comprometer seu orçamento durante 2020”.

Outra dica é fazer uma lista de presentes. “Com ela, o consumidor não se esquecerá de nada e saberá o que deve ser prioridade na hora das compras”.

Por fim, o especialista alerta que é ilusão achar que um grande número de parcelas com valor baixo vale a pena. “Em janeiro você terá que pagar alguns impostos como o IPTU, o IPVA e a matrícula da escola dos filhos. Um grande volume de contas pode se juntar à fatura do cartão de crédito levando o consumidor a começar 2020 precisando recorrer a algum tipo de poupança de que disponha”, argumentou.