Desde que o comércio em toda a Paraíba teve que parar por conta da pandemia do novo coronavírus, muito tem se falado sobre a permanência do funcionamento dos serviços essenciais.
Entre eles, estão os serviços que garantem a alimentação da sociedade.
Por este motivo, pode parecer que este é um ramo que está em alta, mas também existem outros fatores que pesam na crise. Aí, não tem que escape.
A prova disso é a situação dos produtores rurais.
Os efeitos da crise já pesam no campo.
Segundo as cooperativas paraibanas, o motivo foi a redução na procura por alguns produtos e o aumento dos custos de produção.
Os criadores de animais sentem a queda e estão sem condições de manter a ração. Nas plantações, muitas frutas, verduras, legumes se perdendo por falta de saída, afinal são alimentos perecíveis.
Crise que atinge também o ramo das flores.
Até nas produções mais nobres, como os camarões, os criadores preferem liberá-los e ter um prejuízo menor, do que manter os camarões nos cativeiros e ter que arcar com a ração.
A situação se agrava com o atual quadro de importação de produtos de outros estados.
– Esses pequenos e médios produtores e as cooperativas que os representam comercializam as suas produções em feiras livres, em mercados públicos, para as políticas governamentais, como o PAA (Programa de Aquisição Alimentar), como o Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar), mas teve uma parada. Alguns mercados que ainda continuam funcionando, como feiras livres, estão com horário reduzido – disse o secretário da cooperativa de produtores rurais, Wendel Lima.
São insumos que o consumidor final às vezes não enxerga.
Para se ter uma noção da dificuldade do equilíbrio, temos como exemplo as carnes. A procura por este produto tem sido reduzido nos últimos dias.
Já a procura por ovos aumentou. Ai se tem necessidade de mais ovos, aumenta o custo da ração, que também aumentou.
– Então a gente fica a mercê de piorar a crise, de piorar a falta de insumos. E outra coisa que está ocorrendo é que está começando a subir os preços desses insumos, porque já está sendo racionado. Semana passada, aqui em Campina Grande, a gente estava procurando farelo de soja e a gente encontrou um fornecedor que disse que só estava vendo 5 sacos por produtor. Então, não atendo a nossa produção. Então, o animal não iria ser nutrido e a produção iria cair – explicou.
O resultado final é que mesmo ainda em movimento o homem do campo já começa a pedir socorro, principalmente os pequenos. E, por isso, a cooperativa já tem buscado ajuda e procura uma resposta.
– Tentar minimizar os impactos para o pequeno e médio produtor e as cooperativas aqui no Estado. Não teve esse diálogo ainda
A Secretaria de Agricultura do Estado foi procurada pela reportagem, mas as ligações não foram atendidas.
*com informações da TV Paraíba