Pandemia: especialista dá dicas para cuidar da saúde mental

Uma coisa não podemos negar, estamos vivendo tempos difíceis. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o isolamento social é uma das ferramentas mais importantes no combate ao novo coronavírus. No entanto, não podemos deixar de ressaltar que, principalmente o medo dessa nova doença, aliado ao isolamento social, impactam diretamente na saúde mental das pessoas, aumentando os níveis de ansiedade.

Segundo a professora de psicologia da Unifacisa, Renata Oliveira, enquanto animais sociais que somos, o distanciamento é um fator estressor porque precisamos viver uma espécie de equilíbrio de afeto.

A psicóloga elencou as principais funções que foram interrompidas, por conta da quarentena, e que vem afetando diretamente a saúde mental das pessoas.

“Um dos pontos que temos que destacar é a questão da vivência presencial dos afetos. Outra questão é a quebra da rotina, algo que orienta nosso cérebro, que nos dá uma impressão de controle. Embora a ideia de lar traga sensação de segurança, aconchego, quando ela se torna obrigatória nos dá a sensação de privação da liberdade, abstinência do que vivíamos, estar confiado em um espaço limitado. E por fim, outro fator é o medo que temos de uma doença nova, desconhecida, das notícias que temos de outros lugares do mundo onde tudo está muito assustador”, destacou a especialista.

Diante desse cenário, a especialista ressalta que algumas medidas precisam ser tomadas para minimizar essa ansiedade e preservar a saúde mental.

“Antes de tudo, a primeira dica é estabelecer uma rotina, mas que seja algo possível, não estabelecer metas impossíveis, rotinas idealizadas, que não force mais uma pressão do que já estamos tendo que lidar. É preciso preencher os dias com atividades prazerosas. Um turno para obrigações de trabalho e estudos, fazer coisas que seriam produtivas, se exercitar, ouvir música, investir em talento manual”, ressaltou.

Outro ponto é a questão do excesso de notícias, a todo momento surge um dado novo sobre casos confirmados do coronavírus, o que leva os noticiários a lotarem sua programação de reportagens. O fluxo constante de notícias gera preocupação e estresse. “Escolha um ou dois horários no dia para ver notícias, não podemos ficar alienados diante dessa situação”, afirmou.

Por mais que o isolamento social seja frustrante, a tecnologia é capaz de ajudar a superar este momento. “Fazer videoconferência com os amigos e familiares, manter essa relação é algo importante e saudável”, disse.

Com certeza agora é o momento de investir naquele hobby de pintar, desenhar, escrever, ler ou aprender a cozinhar. “O que precisamos ter em mente é que precisamos ter uma rotina possível, agradável e que também pode ser produtiva. E é algo que não tem uma receita mágica, está muito ligada a subjetividade, ao funcionamento de cada um, como o corpo reage a tudo isso, mas procurar atividades que lhe tragam prazer, é importante”, concluiu.