Mais de 300 médicos da Paraíba solicitam a prefeitos protocolo com hidroxicloroquina

Mais de 300 médicos paraibanos assinaram um abaixo-assinado para solicitar que prefeitos de cidades do interior do Estado utilizem o protocolo do Ministério da Saúde no combate à Covid-19, ou seja, que administrem o coquetel de medicamentos, incluindo a hidroxicloroquina, azitromicina, zinco e outros, a pacientes com sintomas iniciais ou leves da doença.

A ação é contrária ao posicionamento do Governo do Estado, que tem orientado o não uso das substâncias.

A médica pediatra Socorro Martins disse, durante entrevista à Rádio Campina FM, que as assinaturas são independentes e é um requerimento da classe médica da Paraíba, assim como de outras partes do país, e não há posicionamento político ou partidário no caso.

Ela ressaltou que a motivação para a coleta das assinaturas é devido ao fato de os médicos estarem vendo os pacientes sofrendo e, como não há terapia exclusiva para administrar, o que eles têm indicado é a volta para casa no sentido de esperar a evolução da doença para a cura ou o agravamento dos sintomas.

– Os médicos não estão aguentando ver a população ser totalmente desassistida diante de uma emergência sanitária que estamos vivenciando, onde as pessoas adoecem, procuram o Serviço de Saúde e são orientadas a voltar para casa e aguardar a evolução da doença. O vírus causador de uma doença tão grave como essa, a gente não pode deixar as pessoas ficarem à mercê da evolução sem saber se vão evoluir para cura ou complicar o quadro clínico. O médico fica se sentindo um combatente sem armas – lamentou.

A médica ressaltou que as autoridades de saúde e prefeitos que se recusam a usar o coquetel indicado pelo MS se baseiam em um estudo publicado em uma revista norte-americana que falava que o uso da cloroquina era prejudicial e aumenta a taxa de mortalidade. Só que, segundo ela, outros estudos recentes refutaram o primeiro e garantem um bom resultado em pacientes com sintomas iniciais.

O primeiro caso, ainda de acordo com a pediatra, foi feito em pacientes com sintomas já muito avançados da doença, além de apresentar “falhas graves na metodologia”.