Homem que compartilhou vídeo de mulheres praticando ioga no Rio presta depoimento e se diz arrependido

O empresário que fez uma publicação na internet com imagens de mulheres praticando ioga na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio, chegou na manhã desta terça-feira (4) para o depoimento sobre o caso.

G1 mostrou a história nesta terça-feira (4) após a Polícia Civil abrir uma investigação. Mariana Maduro e uma amiga praticavam a atividade quando foram filmadas. Um dos homens inclusive simulava estar se masturbando enquanto comentava as imagens.

“Ele se mostrou bastante arrependido, assustado com a repercussão, e disse que foi uma infelicidade”, afirmou a delegada Valéria Aragão (12a DP), titular da delegacia.

Ricardo Roriz em vídeo que compartilhou na Lagoa Rodrigo de Freitas — Foto: Reprodução/Internet

Ricardo Roriz em vídeo que compartilhou na Lagoa Rodrigo de Freitas — Foto: Reprodução/Internet

Delegada Valéria Aragão na 12ª DP (Copacabana) — Foto: Henrique Coelho/G1

Delegada Valéria Aragão na 12ª DP (Copacabana) — Foto: Henrique Coelho/G1

A delegada contou ainda que a vítima ficou muito ofendida pela situação e ficou abalada psicologicamente.

“Ela se sentiu vulnerabilizada, se sentindo bastante ofendida como mulher, pela exposição inadequada do seu corpo. Foi exatamente como o autor, Ricardo Roriz, disse: foi uma infelicidade”.

O empresário Ricardo Roriz, que vai prestar depoimento na delegacia, e um funcionário de uma barraca na Lagoa, conhecido como Celsão, podem responder por injúria e ato obsceno e perturbação da tranquilidade.

O advogado de Roriz prometeu à delegada que vai trazer “Celsão” para depoimento ainda esta semana. Ricardo tem uma loja de artigos militares e tem aproximadamente 300 mil seguidores na rede social em que postou as imagens.

Polícia investiga postagem em redes sociais expondo mulheres que praticavam ioga na Lagoa

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OAB-RJ emite nota de repúdio

A diretoria de Mulheres da Ordem dos Advogados no Brasil no Rio (OAB-RJ) repudiou o ato praticado pelos dois homens contra a advogada Mariana Maduro. A nota de repúdio foi divulgada nesta terça-feira (4) pelo órgão.

“É inacreditável que, em pleno ano de 2020, corpos femininos ainda sejam objetificados e sexualizados dessa forma, pouco importando para os ofensores as vontades de uma mulher. Não há mais espaço, em nossa sociedade, para que abusos e opressões continuem ocorrendo. Isso porque, atitudes como essa, perpetuam o não reconhecimento da mulher como indivíduo de direitos”, diz o posicionamento.

A nota foi assinada por três representantes de diferentes setores da OAB-RJ, são elas: a diretora de Mulheres da OAB-RJ, Marisa Gaudio; a presidente da comissão OAB Mulher RJ, Rebeca Servaes e a coordenadora do GT de Enfrentamento à Violência de Gênero da OAB Mulher RJ, Bianca Alves.

COM G1