Três moradores, 43 garçons e cozinheiros. Veja custos do Palácio da Alvorada


O Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), conta com um quadro de 43 funcionários para atender os três moradores do local. Entre eles, estão cozinheiros, chefes de cozinha e garçons. Além do chefe do Executivo, moram no palácio a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e a filha do casal, Laura Bolsonaro.

Em um cálculo simples, é possível notar que cada membro da família tem cerca de 14 funcionários para servi-lo. O gasto aos cofres públicos com os servidores da residência foi de R$ 261.198,97 no primeiro semestre de 2020.

Os dados foram obtidos pelo Metrópoles por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), disponibilizados pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Secretaria de Governo da Presidência da República.

Não foi especificado se os servidores trabalham simultaneamente ou se se revezam entre si. O levantamento teve como base o primeiro semestre deste ano.

Mensal

O período em que o governo federal mais gastou com os serviços de cozinha e copeiro foi em junho, desembolsando R$ 61.491,74 para remuneração dos servidores. A quantia é quase o dobro dos gastos com os pagamentos realizados nos meses de janeiro e fevereiro, quando foram pagos R$ 37.791,50 e R$ 39.276,99 de salários aos 43 funcionários, respectivamente.

Fachada do Palácio da AlvoradaIchiro Guerra/Divulgação

A quantia também sofreu leve aumento em março, com a utilização de R$ 39.712,44 da verba pública aos garçons e cozinheiros. Já em abril e maio, a verba mensal teve alterações mais significativas, quando foram pagos R$ 40.747,22 e R$ 42.179,08, respectivamente.

Um mês após o período em que mais teve gastos com os funcionários, em junho, Bolsonaro testou duas vezes positivo para o novo coronavírus e precisou ficar em casa de quarentena, junto aos funcionários.

Semanas após sua cura, a primeira-dama também foi infectada. Em um levantamento feito pelo Metrópoles, 8 servidores da Alvorada se contaminaram pelo doença, representando quase 10% da força de trabalho do local.

A assessoria da Presidência da República foi procurada pelo Metrópoles, mas pediu que a demanda fosse enviada a outros setores do executivo. O espaço permanece aberto.

Água e Luz

Os gastos com água e luz também totalizam uma quantia alta. Somente de janeiro a maio deste ano, o governo desembolsou R$377.251,23 em energia, com média de R$75.450,25 por mês. Em 2019, o valor gasto em eletricidade foi semelhante, desembolsando R$370.998,93 no mesmo período.

Quanto ao consumo de água, os gastos ficam divididos entre a residência do palácio da Alvorada e o viveiro do local. No total, foram gastos R$ 331.029,69 com serviços de fornecimento de água e/ou coleta de esgoto em 2020 por Jair Bolsonaro, nos meses de janeiro a maio.

Somente o edifício da casa custou R$ 150.541,96. Em 2019, a família consumiu R$256.461,36 com o abastecimento, sendo R$123.594,36 com o viveiro e R$132.867 com a moradia.

Somando os custos de água/esgoto, energia e pagamento dos 43 funcionários, Bolsonaro já gastou R$ 969.479,89 com contas básicas, sem contar os demais salários, limpeza e alimentação.

Governos anteriores

Em comparação, em 2017, no mandato de Michel Temer (MDB), o consumo de energia da presidência custou R$ 359.536,64 de janeiro a maio. Já a ex-presidente Dilma Roussef (PT) gastou no ano de 2015 – o último dela no comando do país – R$ 405.531,42 com a eletricidade da casa. Em 2014, os gastos foram reduzidos, chegando a R$ 269.398,3 no mesmo período.

Já em 2018, Temer consumiu R$106.805,98 com o total das contas de águas, no mesmo período analisado. Enquanto isso, ele gastou o triplo com o serviço em 2017, com R$ 313.834,48 em despesas de água e esgoto. Nos dois casos, tanto de Bolsonaro quanto de Temer, havia três pessoas morando no Palácio. Além do ex-presidente, estavam lá Marcella Temer e Michelzinho, o filho do casal.

Segundo dados do governo, em 2015, o palácio teve custo de R$ 193.339,08 sob comando da petista Dilma. Em contrapartida, a ex-mandatária consumiu R$ 410.035,60 entre janeiro e maio de 2014, com o serviço.