Dólar dispara e supera R$ 5,65 após Senado derrubar veto a reajuste de servidor

O dólar opera em forte alta nesta quinta-feira (20), com as atenções dos investidores voltadas para as discussões em torno do orçamento do governo para 2021 e preocupações sobre a trajetória das contas públicas, após o Senado derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro ao reajuste salarial de servidores públicos.

Às 14h32, a moeda norte-americana subia 1,71%, vendida a R$ 5,6230. Na máxima até o momento chegou a R$ 5,6730. Já o dólar turismo era negociado ao redor de R$ 5,91. Veja mais cotações.

Na véspera, o dólar fechou em alta de 1,14%, a R$ 5,5287 – maior patamar de fechamento desde 22 de maio (R$ 5,5842). Na semana, o dólar passou a acumular alta de 1,83%. No mês, tem alta de 5,97%, e no ano, de 37,88%.

Nesta quinta-feira, o Banco Central fará leilão de swap tradicional de até 10 mil contratos com vencimento em março e setembro de 2021.

‘Senado deu um sinal muito ruim’, diz Guedes sobre derrubada de veto que impedia reajuste

‘Senado deu um sinal muito ruim’, diz Guedes sobre derrubada de veto que impedia reajuste

Cena local e externa

Na noite desta quarta-feira, o ministro Paulo Guedes, da Economia, criticou a decisão do Senado de derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro ao reajuste de salários de servidores durante a pandemia do coronavírus. Ele disse que o Senado deu “um péssimo sinal” e classificou a decisão como “um crime contra o país”.

O tema ainda precisa ser analisado pela Câmara dos Deputados, em sessão prevista para esta quinta-feira.

O congelamento dos reajustes até o fim de 2021 foi uma contrapartida definida pelo governo, como resultado de um acordo, para o pacote de socorro de R$ 60 bilhões a estados e municípios, cujos cofres foram abalados pela pandemia.

No caso de a Câmara acompanhar a decisão dos senadores, “isso pode comprometer a economia de R$ 130 bilhões, que eram esperados pela equipe econômica”, destacou a equipe da CM Capital Markets.

“A perspectiva para as medidas da PEC dos gatilhos, que tem como objetivo principal o enxugamento da folha de pagamentos com servidores, é muito ruim. Essa é a principal medida fiscal e se, prosperar, será desidratada. O efeito direto para o teto advém do impacto que a União terá, que é o menor, porém, o impacto direto, via Estados e municípios, é grande e pode totalizar cerca de R$ 45 bilhões”, notam os estrategistas da Tullett Prebon Brasil.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html

Na cena externa, o viés era de maior cautela com os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA voltando a superar 1 milhão, um dia após o Federal Reserve sinalizar que a maior economia do mundo terá um árdua recuperação, indicando a necessidade da manutenção das medidas de estímulo por um período mais longo do que o inicialmente projetado.

O fato de o Fed ter citado a desvalorização da moeda local na ata de sua reunião continuava reverberando nos mercados.

Variação do dólar em 2020 — Foto: Economia G1

Variação do dólar em 2020 — Foto: Economia G1https://audioglobo.globo.com/widget/widget.html?audio=312145&podcast=531&color=C4170C

com g1