Cerca de 15% dos estudantes de 6 a 29 anos da Paraíba, o que equivale a 144 mil pessoas, não tiveram atividades escolares em julho, como apontado pela Pnad Covid 19, estatística experimental divulgada nessa quinta-feira (21), pelo IBGE. A educação está entre os novos temas relacionados à pandemia que foram investigados pelo levantamento, nessa edição. O percentual estadual foi menor do que os observados no Brasil (19,1%) e no Nordeste (26,3%).
Esse resultado indica que a maioria dos estudantes paraibanos, outros 765 mil (80,9%), teve atividade nesse período, enquanto 37 mil (3,9%) não tiveram porque estavam de férias. No cenário nacional, a situação é um pouco diferente, com 72% dos alunos com atividades e 8,9% de férias.
No estado, a proporção daqueles que não tiveram atividades foi maior entre os que frequentam o Ensino Superior (29,1%), que também teve o maior percentual dos que estavam de férias (13,6%); seguida pela dos que estão no Ensino Médio (13,3%); e pela dos que estão no Ensino Fundamental (11,8%). Conforme a pesquisa, a maior parte dos alunos (68,6%) tiveram atividades em 5 dias da semana.
Entre as classes de renda, o maior percentual de estudantes que tiveram atividades disponibilizadas (82,4%) foi verificado nos domicílios em que o rendimento domiciliar per capita era de meio a menos de 1 salário-mínimo. Já a menor proporção (66,7%) foi constatada nas residências em que esse valor era de dois a menos de quatro salários-mínimos, que também apresentou o maior percentual (13,2%) de casos em que o estudante não teve atividades porque estava de férias.
Entre os estudantes pretos e pardos, 81,1% tiveram atividades em julho, proporção similar à observada entre os brancos, que foi de 80,7%. No comparativo entre alunos homens e mulheres, a diferença é um pouco maior: no grupo feminino o indicador foi de 83,1% e, no masculino, de 78,7%.
Em mais de 80 mil domicílios da PB algum morador solicitou empréstimo durante a pandemia
Em aproximadamente 87 mil domicílios paraibanos, cerca de 6,9% do total, algum morador solicitou empréstimo durante a pandemia, até julho, conforme a Pnad Covid 19. A proporção ficou acima das registradas nas médias brasileira (5,9%) e nordestina (5,5%).
Do total de domicílios que solicitaram, 71 mil obtiveram o empréstimo, enquanto 16 mil tiveram o pedido negado. Em 82,2% dos casos, a principal fonte do empréstimo foi um banco ou financiadora; em 18,5%, foi um parente ou amigo; e, em 2,1%, foi outro local ou pessoa.
Na maior parte dos domicílios que solicitaram e conseguiram empréstimo, cerca de 64 mil residências, o rendimento domiciliar per capita era de até menos de dois salários-mínimos. Entre aqueles que não conseguiram, a presença dessa faixa de rendimento também era maior.
Quase todos os domicílios da Paraíba têm máscaras e itens de higiene
A pesquisa mostra ainda que, em julho, quase todos os domicílios paraibanos tinham itens básicos de higiene e proteção contra a Covid-19, como sabão ou detergente para higienizar as mãos (99,3%), máscara (99,4%) e água sanitária ou desinfetante (98,9%) para limpeza da casa.
O álcool 70%, indicado para uso contra o vírus, estava presente em 94,9% dos domicílios e as luvas descartáveis, por sua vez, em apenas 35,7% dos domicílios, no estado. Segundo os dados da Pnad Covid 19, a presença desses dois itens nos domicílios crescia conforme o aumento das categorias de rendimento.
A pesquisa indica ainda que, majoritariamente, a população paraibana adotou alguma medida de isolamento social. Cerca de 46,3% das pessoas ficaram em casa e só saíram por necessidade básica; 26,2% ficaram rigorosamente isoladas; 24,8% reduziram contato, mas continuaram saindo de casa e/ou recebendo visitas; e 2,5% não fizeram restrições.