Volta às aulas em 2020 é incerta e retorno só será definido após novos testes de Covid-19 em crianças e adolescentes, diz Covas

7 em cada 10 crianças de São Paulo com Covid-19 não tiveram sintomas

O prefeito Bruno Covas (PSDB) disse que a data de reabertura das escolas públicas e privadas na cidade de São Paulo será definida somente após a realização da terceira fase do inquérito sorológico entre crianças e adolescentes. O novo resultado dos testes sorológicos será divulgado no mês de setembro. O objetivo da testagem é identificar o percentual das crianças e adolescentes da rede de ensino que já tiveram contato com o vírus.

“A segunda fase mostra o acerto da decisão da prefeitura em não autorizar o retorno as aulas no mês de setembro aqui na cidade. Nos próximos dias, entre 10 e 15 de setembro, nós devemos ter a terceira fase do inquérito realizado com crianças, abrangendo não apenas os alunos da rede municipal mas também da rede estadual e privada na cidade de São Paulo. E, a partir da terceira fase, a prefeitura vai decidir se teremos ou não retorno às aulas neste ano na cidade”, afirmou o prefeito na tarde desta quinta-feira (26) durante divulgação da pesquisa que mostra a presença do vírus entre crianças e adolescentes.

Covas ressaltou que a decisão da volta às aulas será da área da Saúde. A segunda fase do inquérito sorológico entre crianças e adolescentes, realizada pela Prefeitura de São Paulo, mostra que quase 70% das crianças infectadas pelo coronavírus são assintomáticas, ou seja, sete em cada dez crianças que testaram positivo não apresentaram nenhum sintoma da doença.

O secretário municipal de Educação, Bruno Caetano, disse que a data ainda não foi definida, mas vai ocorrer quando for possível.

“A primeira etapa do retorno das aulas se dará quando for possível com ao acolhimento das crianças e na sequência a aplicação de uma prova para que a gente possa saber o que elas aprenderam à distância e o que a gente precisa reforçar”, declarou.

Sete em cada 10 criança da rede pública com teste positivo para covid não têm sintomas

Sete em cada 10 criança da rede pública com teste positivo para covid não têm sintomas

O mapeamento foi feito com seis mil crianças e adolescentes de 4 a 14 anos da rede municipal de ensino.

  • 69,5% das crianças e adolescentes testados são assintomáticos
  • prevalência aumentou de 16,1% para 18,3%
  • maior parte dos infectados faz parte da população preta/parda

“Nós tivemos aumento de prevalência das crianças que tiveram contato e produziram o anticorpo do vírus aqui na cidade. Tivemos aumento de prevalência em todas as faixas de idade. Um outro dado importante é que a proporção de crianças assintomáticas é de 69,5%, duas vezes maior do que as cidades que apresentaram sintomas”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido.

O estudo também aponta aumento na prevalência da Covid-19 de 16,1% para 18,3% entre a primeira e segunda fase da pesquisa. Isto significa que subiu de 108.823 alunos que possuem o vírus do coronavírus para 123.624.

Questionado se o aumento da prevalência significa que o vírus está avançando entre as crianças e adolescentes, o prefeito Bruno Covas (PSDB) disse que é uma pesquisa estatística.

“Só a terceira fase, só o terceiro inquérito realizado com as crianças vai confirmar se trata-se de um aumento, se nós vamos estar com 19 ou 20%, ou o mesmo número. Ainda é muito cedo pra cravar que é um aumento da prevalência na cidade de São Paulo.”

Inquérito sorológico aponta que 18,3% das crianças que residem na cidade de SP já tiveram contato com o coronavírus — Foto: Prefeitura de SP

Inquérito sorológico aponta que 18,3% das crianças que residem na cidade de SP já tiveram contato com o coronavírus — Foto: Prefeitura de SP

Perfil

A pesquisa também mostra que a cor é um fator preponderante nos casos de contaminação do coronavírus e a população preta e parda é a mais contaminada pela doença também entre as crianças e os adolescentes. O vírus está presente em 20% da população preta/parda e entre 16,1% dos brancos.

“Ainda uma prevalência em crianças da cor e raça preta e parda, onde temos 20%, mas sem uma diferença significativa em relação a cor e raça branca”, disse o secretário municipal da Saúde.

“Nós também constatamos, nesta fase, indivíduos com renda de classe D e E maior do que na classe C. Não houve aumento significativo em relação à fase anterior”, completou.

COM G1