Um medicamento experimental para o tratamento da Covid-19 será testado a partir desta quinta-feira (27) em pacientes da Santa Casa de Belo Horizonte, em Minas Gerais.
A nova substância desenvolvida pela farmacêutica alemã Merck será usada em pacientes com quadro de pneumonia causada pelo novo coronavírus. Ao todo, 150 pacientes farão parte da segunda fase de testes da chamada M5049. O estudo que vai avaliar a segurança e a eficácia da substância foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
A molécula bloqueia a ativação dos receptores do tipo TOLL (TLR7 e TLR8), que são sensores imunológicos do organismo capazes de detectar o material genético do vírus SARS-COV2, o RNA. Os receptores quando ativados acionam as células imunes que podem responder de maneira exacerbada, provocando uma super inflamação no organismo, agravando o quadro do paciente.
O objetivo do estudo é investigar se a utilização desse novo medicamento pode impedir ou melhorar a resposta inflamatória em pacientes com pneumonia e evitando o agravamento da doença. Além disso, o estudo também vai avaliar se esse medicamento pode reduzir as complicações respiratórias graves que geralmente precisam de intervenções, como ventilação mecânica.
A substância será investigada em um estudo randomizado, controlado por placebo, nos Estados Unidos e no Brasil. Além do tratamento padrão para a Covid 19, que pode incluir o uso de antivirais, os pacientes vão receber uma das duas doses do medicamento experimental (M5049) ou placebo. A partir daí, os médicos vão poder comparar a ação da substância com o placebo.
A M5049 foi descoberta por pesquisadores da Merck Alemã, que concluiu recentemente um estudo da Fase I em voluntários saudáveis. A empresa está avaliando o uso desse medicamento experimental em outras doenças imunológicas como a Esclerose Múltipla.