O movimento acompanha as quedas contínuas da taxa básica de juros dos últimos anos e o maior esforços dos grandes bancos em aumentar a participação de créditos com prazos mais longos e com maiores garantias na carteira.
Nessa nova linha do Itaú, os juros cobrados serão compostos por uma taxa fixa de 3,99% somada à remuneração da poupança -que hoje se encontra em 1,4%.
Atualmente, a taxa cobrada seria de 5,39%, por exemplo. Inicialmente, o produto vale apenas para novos financiamentos.
Pode ser financiado até 90% do valor de avaliação do imóvel com um prazo de até 30 anos.
Segundo o diretor executivo do Itaú, Alexandre Zancani, o lançamento da nova linha acaba liberando um potencial de taxas menores, que não eram viáveis antes, dada a estrutura de financiamentos do mercado.
“Se trabalhamos com taxa fixa, por exemplo, o cenário [econômico] pode variar no tempo. Ao mesmo tempo, ainda que a Selic venha caindo bastante ao longo dos últimos meses, o mercado não conseguia repassar [toda a queda] dado o risco estrutural e os modelos de crédito nos quais os bancos atuam”, afirmou.
O novo produto também contará com um limite máximo de juros cobrados ao ano de 10,16%.
O cliente precisa estar atento, no entanto, já que não é avisado quando a taxa de juros sobe.
“O valor fica diferente com as variações da Selic, uma vez que a taxa impacta a poupança. Mas com um teto, mesmo que a taxa [básica de juros] volte a subir, os juros cobrados ficam limitados. Entendemos que é uma segurança e uma proposta fundamental para este produto”, disse o diretor de crédito imobiliário do Itaú, Danilo Caffaro.
A nova linha estará disponível apenas para imóveis residenciais e permite que a renda seja composta por mais de uma pessoa.
O novo crédito também permite o uso do FGTS como parte do pagamento (conforme as regras já vigentes impostas pela Caixa Econômica Federal).
Em abril o banco já havia lançado uma linha semelhante, também indexada à poupança, voltada para pessoas jurídicas.
O banco também lançou nesta quinta-feira uma linha de crédito com garantia do imóvel financiado.
Em julho, o Banco Central já havia autorizado que um mesmo imóvel pudesse servir como garantia para mais de uma operação de crédito com um credor, respeitado o valor total do bem.
A medida veio como forma de aumentar a liberação de crédito no sistema financeiro e para diminuir os juros para o tomador.
“Como usaremos como garantia o arcabouço do próprio imóvel já alienado, trazemos a possibilidade de que o cliente tenha o crédito com o valor saldo remanescente do financiamento imobiliário anterior e com as taxas anteriores também”, disse Zancani.
A linha de crédito com garantia de imóvel financiado permitirá portabilidade de créditos feitos com outros bancos.
O Itaú também anunciou mudanças nas taxas do crédito imobiliário já existente no banco, reduzindo os juros de 7,3% ao ano mais TR (Taxa Referencial, cujo rendimento atual é 0%), para 6,9% ao ano mais TR.