A moeda americana perdeu força na sessão com a reunião de política monetária nos Estados Unidos. O Fed (banco central americano) decidiu manter a taxa de juro do país entre zero e 0,25% até a inflação do país ficar acima de 2% “por algum tempo”.
A orientação faz parte da alteração de política monetária do Fed anunciada no mês passado, que busca compensar anos de inflação fraca para estimular a economia.
Novas estimativas dos membros do comitê de política monetária do banco (Fomc, na sigla em inglês) mostraram que os juros americanos permanecerão inalterados pelo menos até 2023, com a inflação não superando 2% nesse período.
Assim, o mercado espera juros próximos de zero até 2023, enfraquecendo o dólar ante as principais moedas globais na sessão.
Segundo as previsões, o desemprego nos EUA deve cair a 7,6% ao final deste ano, contra expectativa de 9,3% em junho, e 4% em 2023. A expectativa é de contração econômica de 3,7% para este ano, ante queda de 6,5% projetada em junho.
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O Fed também decidiu manter as compras atuais de títulos do governo no ritmo de pelo menos US$ 120 bilhões mensais. O banco, porém, descreveu o objetivo como sendo em parte para garantir “condições financeiras acomodatícias” no futuro.
Em seu discurso após a divulgação da política monetária, o presidente do Fed, Jerome Powell, voltou a destacar a necessidade de mais estímulo fiscal para que se tenha plena recuperação da economia americana, num momento em que o Congresso dos EUA segue com negociações paradas sobre novo pacote de auxílio.
“Quanto mais inclinado a estímulo monetário for o Fed, menos provável que o Congresso se comprometa com novo estímulo”, comentou o conselheiro econômico principal da Allianz, Mohamed A. El-Erian.
Em Nova York, o índice acionário S&P 500 fechou em queda de 0,5% e Nasdaq, de 1,25%, pressionado pela queda das empresas de tecnologia. Dow Jones teve leve alta de 0,13%.
No Brasil, o Ibovespa cedeu 0,62%, a 99.675 pontos, menor patamar desde a sexta (11). A queda foi impulsionada pela Vale, que recuou 2,6%, a R$ 60,97, com a desvalorização do minério de ferro na China.