No plenário da Casa, Forster foi aprovado com 47 votos favoráveis. Três senadores votaram contra a indicação.
A votação para a escolha de autoridades é secreta e teve a presença de 50 congressistas em Brasília, em sessão realizada de forma semipresencial. O Senado é composto por 81 cadeiras.
Os parlamentares que não estavam na capital federal não participaram por não terem acesso ao sistema.
Quem esteve na Casa votou no plenário ou por meio de um sistema drive-thru. De dentro de carros, os senadores indicaram suas escolhas em totens no estacionamento do Congresso.
As votações secretas, como a de escolha de embaixadores e análise de PECs (propostas de emenda à Constituição), são criptografadas e feitas por meio de biometria.
Em fevereiro, ainda antes de ter início a pandemia do novo coronavírus, a CRE (Comissão de Relações Exteriores) da Casa aprovou em sabatina o nome de Forster para a vaga. Por causa da pandemia, a votação em plenário ainda estava pendente.
No comando interino da embaixada do Brasil nos EUA desde junho de 2019, o diplomata queria ser sabatinado no fim do ano passado para iniciar 2020 já oficializado no cargo.
Com a demora para o agendamento da sessão, disse a pessoas próximas que não havia como interferir no calendário de Brasília e que teria de esperar pela convocação dos parlamentares.
A paciência, dizem aliados, foi justamente a chave de Forster durante o caminho tortuoso que desembocou na sua indicação.
Jair Bolsonaro decidiu indicá-lo embaixador na capital americana somente depois que o filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, desistiu do posto diante do desgaste de sua imagem em meio à crise do PSL e da relação turbulenta entre governo e Congresso.
O Planalto avaliava que o Senado não daria os votos necessários para a aprovação do nome do filho do presidente, o que seria uma derrota.
Forster recebeu então o aval do governo Donald Trump para ocupar o posto em 19 de novembro.
O chamado agrément é uma consulta que o Itamaraty faz de maneira sigilosa aos países que vão receber o futuro embaixador e, somente depois dele, sua indicação é encaminhada formalmente ao Senado.
Ainda nesta terça, na sequência da votação de Forster, os senadores aprovaram o nome do diplomata Hermano Telles Ribeiro para a Embaixada do Líbano. Assim como a Embaixada dos Estados Unidos, o cargo estava vago desde junho do ano passado.
Telles foi aprovado com 44 votos favoráveis e três contrários.
Nesta terça-feira, os senadores votam ao todo a indicação de 37 autoridades em plenário. A previsão é que a sessão se estenda durante a noite.