Bolsonaro diz não querer repetir com vacina escândalos com verba para respirador

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse neste domingo (25) que não tem pressa para conseguir a vacina contra Covid-19 por não querer repetir com o imunizante os mesmos escândalos que ocorreram com recursos destinados à compra de respiradores.

“Já tivemos alguns escândalos com a verba para respirador. Não podemos ter escândalo com a vacina. Nós estamos atrás da vacina brasileira, com muita tranquilidade e responsabilidade. Não é de uma hora para a outra, ‘ah, tal dia vai ter a vacinação'”, disse a funcionários de uma peixaria que visitou na feira permanente do Cruzeiro, no Distrito Federal, uma das paradas que fez em seu passeio de moto ao lado dos ministros da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, e da Casa Civil, Walter Braga Neto.

“Esse negócio da vacina, de quererem empurrar goela abaixo de vocês?”, perguntou o presidente, ouvindo como resposta da vendedora que ela não tinha coragem de tomar o imunizante.

Em meio à guerra política em torno das vacinas contra a Covid-19, Bolsonaro defendeu no sábado (24), em tom de piada, que a obrigatoriedade da vacinação só pode ser aplicada a cachorro.

Na quarta-feira (21), Bolsonaro esvaziou um acordo anunciado na véspera por seu ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para compra de 46 milhões de doses da vacina Coronavac, em desenvolvimento pela chinesa Sinovac com o Instituto do Butantan, ligado ao governo paulista.
Em alguns momentos de seu passeio, Bolsonaro fez críticas à imprensa e se recusou a responder a perguntas de jornalistas, que foram mantidos longe do presidente pelos seguranças.

“Tem que tomar cuidado, mas sem pânico. Agradecemos à imprensa este pânico”, disse Bolsonaro.

A vendedora concordou com o presidente e disse que o povo é “zumbi da imprensa”.

Na conversa com a mulher, Bolsonaro disse que “vamos ter que conviver com o vírus a vida toda”.

“Tem que ter responsabilidade sem covardia. Ok, imprensa? Sem covardia.”

O presidente fez todo o passeio deste domingo sem máscara e provocou aglomeração de pessoas de diversas idades, inclusive idosos, grupo mais vulnerável à Covid-19.

Durante a maior parte do tempo, o presidente ouviu palavras de apoio. Mas, ao deixar o mercado, ouviu gritos de “fora, Bolsonaro!”.

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