O farmacêutico Ricardo Coutinho (PSB), candidato à Prefeitura de João Pessoa, pretende criar uma Organização Social (OS) pública para regularizar os contratos trabalhistas, caso eleito, para a gestão da Saúde da capital. De acordo com ele, esse era um desejo que já tinha enquanto governador da Paraíba, mas que não tinha como ser feito. “Em maio de 2011, um rapaz de 17 anos morreu na porta do Trauma [de João Pessoa] e eu tive que tomar uma providência. Fiz um procedimento licitatório para colocar uma OS, a Cruz Vermelha, eles regularizaram, tivemos um crescimento exponencial e modernizamos todo o hospital”, explicou, em entrevista à CBN nesta quinta-feira (29).
No primeiro bloco, o candidato respondeu que quer ser novamente prefeito de João Pessoa porque quer retomar o desenvolvimento da cidade. “Não quero essa cidade de hoje que apenas passa por média, não motiva nenhuma grande crítica nem um grande elogio. É preciso repensar essa cidade, porque a cidade real, a cidade existente, engoliu a cidade oficial. Eu penso que é necessário não apenas olhar para trás e resgatar esse fosso existente entre esses oito anos, mas olhar para frente, olhar para infância, para educação para a saúde pública”, ressaltou.
Sobre ser réu na Operação Calvário, Ricardo Coutinho revelou que é inocente. “Basta pesquisar na única conta que eu tenho, que você vai ver que na minha vida inteira não houve um único propósito. Na minha vida inteira, não se encontra nenhuma discrepância naquilo que eu recebo. Sobre minha liderança, quando decidi não disputar uma cadeira no Senado, eu sabia o que poderia vir contra. O que existe é uma tentativa muito clara de me excluir da política. Eu vou provar minha inocência, mas no tempo da justiça”, frisou.
Na área de segurança pública, Ricardo Coutinho informou que a guarda municipal já pode ser armada, que existem armas para os guardas, no entanto, é preciso pensar essa questão com concepção de segurança cidadã. “Precisa ocupar os espaços não apenas com guarda, mas com políticas públicas. A guarda municipal precisa de uma política pública de ocupação dos seus cargos comissionados, através de concurso interno, que eu vou fazer. Quero estimular essa busca do mérito, vamos ter que fazer algum concurso público para ampliar o seu número”, revelou.
Na área da saúde, Ricardo Coutinho quer criar uma retaguarda para desafogar os leitos do Complexo Hospitalar de Mangabeira, o Trauminha, para que as pessoas sejam atendidas, estabilizadas e encaminhadas para um hospital. “A primeira coisa é regularizar os contratos trabalhistas”, a partir da criação da organização social pública.
Sobre educação, o candidato disse que, em janeiro, vai chamar a UFPB, UEPB e IFPB, para propor um curso rápido de nivelamento aos professores e estudantes, para dar acesso à tecnologia. “Já tínhamos defasagem entre a escola privada e pública. E agora temos ainda mais na pública […] Segundo, trabalhar com a ideia que durante algum tempo vamos ter que ter um sistema híbrido, com sistema remoto ao lado do sistema presencial. Devemos trazer progressivamente o sistema presencial, mas com um controle maior da pandemia”, destacou.
Para os ambulantes, Ricardo Coutinho vai construir espaços para que as pessoas trabalhem. “É preciso olhar a cidade como um todo, mas não posso desconhecer o grave problema econômico que as pessoas passam atualmente. O país está se esfarelando, está se destruindo, e isso tem que ser observado por um prefeito. Vamos ter que construir alternativas, garantindo espaços de trabalho”, declarou.
Para a cultura, o candidato promete criar o Prima Municipal para as comunidades mais vulneráveis socialmente falando. “Vou publicar editais que possibilitem produções culturais, para livros, artes plásticas, músicas, aquele que puder ser rodado na internet e pago. Quero voltar a povoar essa cidade com obras de artes, esculturas. Eu acho que essa retomada de vida passa pela arte e cultura”, frisou. Ricardo Coutinho finalizou a entrevista enfatizando que vai mudar o projeto da Barreira do Cabo Branco, fortalecendo a perspectiva de defesa do ponto mais conhecido de João Pessoa.
Ricardo Coutinho (PSB), candidato a prefeito de João Pessoa, no estúdio da CBN João Pessoa — Foto: Diogo Almeida/G1
A ordem dos candidatos na sabatina foi definida por sorteio, com as equipes de campanha. Todos os entrevistados têm 30 minutos para falar de projetos, experiência administrativa e planos que pretendem colocar em prática.
Veja a ordem dos candidatos:
- Dia 13/10/20 – Edilma Freire (PV)
- Dia 14/10/20 – Nilvan Ferreira (MDB)
- Dia 15/10/20 – Anísio Maia (PT)
- Dia 16/10/20 – Ítalo Guedes (Psol)
- Dia 19/10/20 – João Almeida (SD)
- Dia 20/10/20 – Carlos Monteiro (Rede)
- Dia 21/10/20 – Cícero Lucena (PP)
- Dia 22/10/20 – Raoni Mendes (DEM)
- Dia 23/10/20 – Wallber Virgolino (Patriota)
- Dia 26/10/20 – Rama Dantas (PSTU)
- Dia 27/10/20 – Rafael Freire (UP)
- Dia 28/10/20 – Camilo Duarte (PCO)
- Dia 29/10/20 – Ricardo Coutinho (PSB)
- Dia 30/10/20 – Ruy Carneiro (PSDB)
A entrevista é ancorada pela jornalista Carla Visani e conta com a participação dos também jornalistas Suetoni Souto Maior, da CBN, e Laerte Cerqueira, da TV Cabo Branco. O conteúdo foi transmitido pela rádio e exibido em vídeo no Youtube, acessível por meio do Jornal da Paraíba. O áudio fica disponibilizado, ainda, no site da CBN Paraíba.
Os ouvintes podem participar mandando perguntas para a produção, através do WhatsApp (83 8132-4088).
G1 PB