O financiamento coletivo de campanha, as chamadas vaquinhas, e as doações feitas pela internet somam até agora R$ 9,2 milhões. Embora todos os candidatos estejam autorizados a utilizar essa forma de arrecadação, cerca de 51% dos valores foram obtidos apenas por integrantes de PSOL, PT e Novo.
Comparado com o total de arrecadação de todas as candidaturas, o financiamento coletivo ou via internet ainda representa muito pouco, cerca de 0,5%, como mostra um levantamento feito pelo G1 nos dados de prestação de contas dos candidatos enviados até esta quarta (11).
Doações coletivas e pela internet — Foto: Aparecido Gonçalves/G1
Na avaliação do professor da FGV Direito Rio Michael Mohallem, parte do baixo percentual do financiamento coletivo é explicado pelo aumento expressivo dos fundos eleitoral e partidário. Somente o Fundo Eleitoral soma cerca de R$ 2 bilhões para este ano, o que acaba reduzindo o peso proporcional das demais fontes de financiamento.
Esta é a primeira eleição municipal em que foi autorizado financiamento coletivo para campanhas. O uso da internet como plataforma de arrecadação via site dos partidos ou do candidato, por outro lado, já tinha sido aplicado em 2016. Em 2018, na eleição nacional, o financiamento coletivo foi autorizado pela primeira vez no Brasil.
Para Mohallem, que também coordena o Centro de Justiça e Cidadania da FGV, a ampliação dos recursos públicos de campanha também explica o baixo interesse de muitos partidos por buscar formas e estratégias de financiamento coletivo mais eficientes.
“O financiamento coletivo e as doações pela internet, de fato, ainda não atingiram todo o seu potencial a meu ver. Houve um aumento expressivo dos recursos públicos, e isso gerou duas consequências. A primeira é que a proporção do financiamento coletivo ou via internet acaba ficando muito baixa, e a segunda é que os partidos foram desestimulados a buscarem doações dos eleitores. Não sou contra que haja algum tipo de financiamento público, porque ele é mais democrático. Mas o aumento expressivo do fundo eleitoral acomodou os partidos. Eles precisam desenvolver essa cultura de convencer os eleitores a doar recursos”, explica Mohallem.
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