O comandante do Exército, general Edson Pujol, disse nesta sexta-feira (13) que a instituição não pertence ao governo e não tem partido político.
O general discursou durante um seminário de defesa nacional, promovido pelas Forças Armadas.
A declaração vai na linha do que Pujol disse na quinta-feira (12), durante uma transmissão ao vivo pela internet. Na ocasião, ele afirmou que os militares não querem fazer parte da política nem querem que a política entre nos quartéis.
O comandante do Exército deu as declarações na mesma semana em que o presidente Jair Bolsonaro defendeu o uso de “pólvora” para defesa da Amazônia.
Bolsonaro fez o comentário ao aludir ao fato de que Joe Biden, presidente eleito dos Estados Unidos, defendeu durante a campanha eleitoral sanções econômicas ao Brasil caso o país não detenha a destruição da floresta.
“Não somos instituição de governo, não temos partido. Nosso partido é o Brasil. Independente de mudanças ou permanências em determinado governo por um período longo, as Forças Armadas cuidam do país, da nação. Elas são instituições de Estado, permanentes. Não mudamos a cada quatro anos a nossa maneira de pensar e como cumprir nossas missões”, afirmou Pujol no seminário desta sexta.
De acordo com o blog do Gerson Camarotti, generais da ativa e da reserva entendem que Pujol está manifestando um incômodo da instituição com o que consideram tentativas de Bolsonaro de politizar o Exército.
O pretenso uso de “pólvora” contra os EUA gerou uma série de críticas de parlamentares contra Bolsonaro e piadas nas redes sociais, algumas com o Exército como alvo.
Também presente ao seminário, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, foi questionado após o evento se a declaração de Bolsonaro gerou constrangimento nas Forças Armadas. Para o ministro, o presidente fez uso de uma “força de expressão”.
“Para mim, foi uma força de expressão aquilo ali. Já te falei, ministro não vai comentar declaração de presidente. Estamos levando nossa vida normal. Estamos seguindo dentro dos nosso planejamentos estratégicos”, disse Azevedo e Silva.
G1