PF e MPF deflagram Operação Armadeira 2, sobre fraudes na cobrança de impostos na Receita Federal

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) iniciaram nesta quarta-feira (18) a Operação Armadeira 2, sobre supostas fraudes na cobrança de impostos pela Receita Federal.

A TV Globo apurou que duas grandes redes de supermercados do Rio são investigadas.

As ações são um desdobramento da Operação Armadeira, de outubro de 2019, que identificou um esquema de extorsão na Receita Federal e dentro da força-tarefa da Lava Jato no RJ.

Nesta quarta, equipes saíram para cumprir 46 mandados de busca e apreensão. Não há mandados de prisão.

A Receita Federal afirma que a força-tarefa identificou, a partir do material apreendido na primeira fase, com a colaboração premiada de um auditor-fiscal e com novas diligências, “um complexo arranjo que buscava reduzir a cobrança de tributos devidos ou blindar empresas de fiscalizações”.

Os investigados podem responder por concussão, corrupção e lavagem de dinheiro.

PF e MPF deflagram Operação Armadeira 2, sobre esquema dentro da Receita Federal

Segundo o MPF, um dos auditores-fiscais investigados na primeira fase detalhou funcionamento do esquema de arrecadação de propina dentro da Superintendência da Receita Federal na 7ª Região Fiscal.

O auditor revelou “diversas ramificações” e apontou “a participação de servidores federais que ocupam postos estratégicos na Receita”.

O esquema da Armadeira 1

Na primeira etapa, em outubro de 2019, agentes prenderam 11 suspeitos. Um deles foi Marco Aurelio Canal, então supervisor de Programação da Receita da Lava Jato no Rio, apontado como chefe da quadrilha.

Segundo as investigações, o esquema na Receita prosperou à medida que a Lava Jato avançava.

A força-tarefa afirma que Canal e seu grupo, em vez de cobrar as multas determinadas pelos superiores na Receita, negociava propinas — em troca, reduzia ou mesmo cancelava as infrações.

Entre as irregularidades, está o sumiço de R$ 3,2 bilhões do sistema da Receita. A informação foi prestada por um auditor preso na Armadeira 1, suspeito de ter extorquido de um empresário.

G1