Antes mesmo do fim da disputa na capital pernambucana entre os deputados Marília Arraes (PT) e João Campos (PSB), lideranças do PSB ouvidas pelo blog acreditam que as sequelas da campanha pela prefeitura do Recife devem ter influência definitiva para impedir a unidade das esquerdas na disputa presidencial de 2022.
As pesquisas Datafolha e Ibope divulgadas nesta semana indicam vantagem de Marília Arraes neste segundo turno. No primeiro turno, Campos recebeu 29,17% dos votos válidos, e Marília, 27,95%.
Membros do PSB responsabilizam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por patrocinar a candidatura de Marília contra o filho do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, falecido num acidente de avião em 2014.
A cúpula do PSB se reuniu nesta quinta-feira (19) em Brasília. O encontro foi marcado por um clima de ressentimento com o PT e, especialmente, com Lula.
“Como imaginar que Lula faria isso com o filho de um amigo dele. Pior, Lula forçou a candidatura de Marília contra a posição dos diretórios locais do PT. Isso inviabiliza uma união do PSB com o PT em 2022”, ressaltou ao blog um influente dirigente da legenda.
Em 2018, o PSB optou pornão apoiar a candidatura presidencial do ex-ministro Ciro Gomes, do PDT, para fechar uma aliança com o PT. Os socialistas apoiaram a candidatura do petista Fernando Haddad e fecharam aliança em Pernambuco para a reeleição do governador Paulo Câmara (PSB) e do senador Humberto Costa (PT).
Diante do episódio no Recife e de um início de campanhas agressivas no segundo turno, os dirigentes do PSB já não enxergam como repetir a aliança da última disputa presidencial.
Historicamente, o PSB sempre apoiou o PT nas eleições. A exceção foi em 2014, quando o PSB lançou a candidatura de Eduardo Campos. O então governador de Pernambuco morreu durante a campanha e a candidata a vice, Marina Silva (Rede), passou a capitanear a chapa na disputa.
G1