Vereadores de Picuí, PB, reajustam os próprios salários e do prefeito após as eleições

Os vereadores de Picuí aprovaram nesta semana o reajuste dos próprios salários, além dos do prefeito, do vice-prefeito e dos secretários municipais. A sessão ocorreu, sem alardes, na última segunda-feira (26). O prazo final para o reajuste neste ano era o dia que antecedeu as eleições, ou seja, o sábado (14).

O reajuste vai contra a legalidade, por ter ocorrido depois das eleições, o que é vedado, de acordo com entendimento consolidado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Isso ocorre porque a legislação estabelece que os subsídios dos vereadores devem ser fixados em uma legislatura para valer na seguinte. A medida visa evitar que os parlamentares legislem em causa própria. Para isso, o entendimento do STF é que o projeto que reajusta os salários devem ser aprovados antes das eleições.

Confira o impacto do aumento:

  • Vereador: sai de R$ 5 mil para R$ 7 mil
  • Presidente da Câmara: sai de R$ 7,5 mil para R$ 10 mil
  • Prefeito: sai de R$ 17,5 mil para R$ 20 mil
  • Vice-prefeito: sai de R$ 8,7 mil para R$ 10 mil
  • Secretário: sai de R$ 3,7 mil para R$ 5,6 mil

O alerta foi repassado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) a todos os presidentes de câmaras municipais no início do segundo semestre. O entendimento é o de que elevações de subsídios após as eleições contrariam a Constituição. Isso porque é preciso que se respeite o princípio da “anterioridade”.

Isso significa que a fixação dos subsídios dos vereadores deve ocorrer ao final de uma legislatura para vigorar na subsequente, porém tal imposição é no sentido de que o ato fixador seja votado antes das eleições, quando ainda não se conhecem os eleitos, revestindo-se, o ato, de imparcialidade.

G1