O pastor de Fortaleza Davi Góes, que afirmou que a vacina contra a Covid-19 CoronaVac causa câncer e tem “HIV dentro dela”, foi intimado a depor pelo Ministério Público do Ceará. O MPCE pede que o líder religioso seja responsabilizado civil e criminalmente por divulgar em rede social “notícia inverídica” sobre a vacina.
O promotor de Justiça Ricardo Sant’Anna exige que o pastor apresente em 15 dias “suas capacitações técnicas, científicas, sanitárias ou médicas” que possam “credenciá-lo como especialista qualificado a emitir análise sobre o tema abordado por ele”.
Em 15 de dezembro, quando o vídeo do pastor repercutiu em redes sociais, Davi Góes afirmou que as imagens tiraram de contexto o que ele falou sobre a vacina.
“Foi um cientista francês que citou sobre a vacina. Pegaram um trecho de um minuto num discurso de quase duas horas e tiraram de contexto”, defendeu. O G1 tentou contato com o líder religioso nesta terça-feira (22), mas as ligações não foram atendidas.
Na intimação do Ministério Público, é solicitado ainda o vídeo completo em que Davi Góes cita a vacina chinesa.
“Muitas pessoas vão morrer de câncer, achando que foi câncer porque comeu alguma coisa, porque foi hereditário, porque tem família, por causa de um tumor, mas na verdade foi por causa da vacina. Depois que essa substância entrar no nosso organismo vai atingir o nosso DNA, um cientista francês disse que até HIV tem dentro dela”, disse, sem apresentar provas.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta quarta-feira que todas as vacinas produzidas no Brasil terão prioridade no Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo as produzidas no Butantan.
“Todas as vacinas produzidas no Brasil, ou pelo Butantan, pela Fiocruz ou qualquer indústria, terão prioridade do SUS e isso está pacificado”, disse.
O governo federal lançou oficialmente nesta quarta-feira (16) o plano nacional de imunização. “O mais importante de hoje aqui não é apresentar o plano. O mais importante hoje é aqui é nós demonstrarmos que todos os estados, nós estamos juntos, todos os estados da federação serão tratados de forma igualitária, proporcional, não haverá nenhuma diferença”.
Do G1