A 200 dias da Olimpíada, Japão limita horário de restaurantes devido à Covid

A 200 dias dos Jogos Olímpicos de Tóquio, o governo local limitou nesta segunda-feira (4) o horário de restaurantes e pediu aos moradores que evitem passeios não urgentes e não essenciais após as 20h devido ao crescimento de casos de Covid na capital japonesa.

Pressionado pelos governadores de Tóquio e de três departamentos próximos, o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, anunciou que o governo “contempla” decretar um novo estado de emergência na grande Tóquio após o aumento da taxa de infecção e afirmou que a situação é “muito grave”.

A agência de notícias Kyodo afirmou, citando fontes do governo, que o estado de emergência deve começar na sexta-feira (8) e durar pelo menos até o fim do mês.

Suga reiterou o compromisso de Tóquio para organizar a Olimpíada, que foi adiada de julho de 2020 para este ano devido à pandemia, e afirmou que organização do evento será “uma prova de que a humanidade venceu o vírus”.

O Japão registra até o momento cerca de 240 mil casos confirmados e menos de 3,6 mil mortes, segundo dados oficiais, mas desde novembro apresenta um forte aumento de contágios.

Na quinta-feira (31), o país superou pela primeira vez a marca de 4 mil novos infectados em 24 horas. Nesta segunda, Tóquio registrou 884 casos adicionais e o número de pacientes hospitalizados em estado grave, que precisam de respiração artificial, subiu para 108 — um recorde.

No sábado (2), quatro governadores pediram ao governo que declare um novo estado de emergência, como os de abril e maio de 2020, mas o governo hesitava por temer uma nova queda da economia, que se retraiu nos últimos três trimestres.

O primeiro-ministro, que é alvo de muitas críticas pela gestão do governo da pandemia, disse esperar que a campanha de vacinação contra Covid comece no fim de fevereiro e afirmou que será um dos primeiros a receber a vacina.

Yoshihide Suga é aplaudido após ser eleito o novo primeiro-ministro do Japão — Foto: Koji Sasahara/AP

Yoshihide Suga é aplaudido após ser eleito o novo primeiro-ministro do Japão — Foto: Koji Sasahara/AP

Suga admitiu que “uma mensagem mais contundente é necessária” e disse que “o governo contempla decretar estado de emergência com medidas que permitirão reduzir os contágios em bares e restaurantes”.

O estado de emergência permite aos governos locais recomendar o fechamento de empresas e que a população permaneça em suas casas, mas não tem caráter obrigatório nem prevê sanções em caso de não cumprimento.

Ele fez um apelo à população para que evite saídas não indispensáveis e disse que o governo se prepara para modificar a legislação para conseguir punir os estabelecimentos que não respeitarem as ordens de redução do horário de funcionamento ou de fechamento temporário.

Sobre as vacinas, o primeiro-ministro japonês afirmou que o governo aguarda dados precisos das farmacêuticas americanas até o fim do mês e a vacinação pode começar no fim de fevereiro. Os primeiros vacinados serão os profissionais da saúde, os idosos e os funcionários de casas de repouso, além do primeiro-ministro.

G1